Um vídeo divulgado no Facebook alçou o subtenente Ramos à condição de celebridade instantânea.
Um vídeo divulgado no Facebook alçou o subtenente Ramos à condição de celebridade instantânea. Com 29 anos de corporação, sendo 28 deles dedicado à banda da Polícia Militar de Alagoas, o subtenente José Cícero Ramos da Silva é um dos mais irreverentes maestros da corporação. Sua alegria é contagiante, conforme pode ser atestado no vídeo.
Sua carreira na banda teve início após ser aprovado em um teste quando tocou o Miliciano, ao som de um trompete, em 1988, sob a regência do então tenente Jalmeris. Foi com o então capitão Manoel Leandro Simplício, o maestro “Mamuca”, que o subtenente Ramos começou a aprender os primeiros acordes.
O militar esbanja saúde e disposição, e descontrai o público de uma maneira bem peculiar em que ele mesmo traduz: “o maestro precisa interagir com o público, despertar a emoção, não pode ficar engessado, pois eu vendo música, que é alegria”. Seu ritmo preferido? “O que aflora o coração, os sentimentos”, sentencia o maestro, que está há menos de um ano regendo a banda.
A afirmação reflete sua performance, que costuma ser um pouco além do regente. Ele gesticula, cria harmonias, dinamiza a participação dos músicos com entradas solos e até dança. Além dos aplausos do público, que frequenta o Programa Vem Ver a Banda Tocar, no Espaço Geruza Malta, na Ponta Verde, o subtenente Ramos vive momentos de “tietagem”, pois sempre tem alguém querendo registrar o momento, levando para casa uma foto ao lado do maestro. “A banda é um instrumento de interação com o público”, define o subtenente, que mantém o ritual de uma oração com os músicos antes de cada retreta.
Casado e pai de três filhos, um deles músico, o subtenente afirma “respirar” música e que divide os momentos de folga entre a família, a música e os estudos na faculdade de Direito.
O repertório eclético também colabora para o sucesso do maestro, que mistura ritmos latinos, como mambos, passando pelo pop rock, forró, frevo e baladas românticas. É impossível não dançar. Durante as duas horas de apresentação, no programa aos domingos, o maestro parece incansável e rege cada música com a mesma emoção de uma primeira vez. Ele alterna sua atenção entre os músicos e o público, como quem sonda, ao mesmo tempo, a afinidade dos instrumentos e a recepção das pessoas.
Antes dos ensaios rotineiros, no Quartel do Comando Geral, o subtenente Ramos sempre passa para os músicos a mensagem de que “façam o melhor por eles, pela família, pelos companheiros e pela corporação”, demonstrando solidariedade ao próximo e comprometimento com o serviço público. Tudo através de um diferencial que serve para qualquer carreira, pública ou não: amor ao que faz. Belo exemplo a ser seguido.