A PM (Polícia Militar) manteve a estratégia adotada nos últimos protestos em Belo Horizonte e cercou os cerca de 100 manifestantes que realizam um ato público na tarde deste sábado (28) na Praça 7, centro da capital mineira.
O protesto teve início por volta das 10h e, no início da tarde, os manifestantes fecharam o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas. Em seguida, os militares que acompanhavam o ato montaram um cerco nas vias de forma a impedir que os participantes seguissem em passeata.
Segundo o integrante do movimento Tarifa Zero, André Veloso, os integrantes de diversos movimentos sociais realizaram um ato simbólico em repúdio à atitude da PM.
— Nós demos as mãos e nos posicionamos a cerca de um metro de distância dos policiais. Ficamos encarando os militares por 17 minutos em silêncio e depois fizemos um jogral dizendo que não existe bom ou mal policial, mas que a corporação é que corrupta em si.
Por volta das 14 horas, o movimento se dispersou e as vias na região central de BH foram liberadas.
Polêmica do cerco
Na última segunda-feira (23), um mandado de segurança da Justiça mineira reconheceu o direito de livre manifestação e restringiu a atuação da PM em Minas Gerais, de forma que os militares não impedissem a realização de atos públicos no Estado com a adoção de cercos.
Entretanto, uma nova liminar do presidente do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) Joaquim Herculano Rodrigues derrubou a decisão anterior sob o argumento de que a tática adotada pela polícia mineira tem como objetivo garantir a segurança da população e evitar atos de vandalismo e depredação de bens públicos e privados.
Segundo o advogado do Centro de Cooperação Comunitária Casa dos Palmares, Thales Agusto, os movimentos sociais devem recorrer da última decisão da Justiça para garantir o direito à livre manifestação.