França e Nigéria entram em campo nesta segunda-feira, às 13h, no Estádio Mané Garrincha, para disputar as oitavas de final da Copa do Mundo. Mas o bom time liderado por Enyeama, Obi Mikel, Musa e Emenike não é a única precoupação de Didier Deschamps para a partida contra a Nigéria. O calor da capital Brasília é um fator importante para a equipe europeia. Com dúvidas na escalação, a França chega para o jogo querendo confirmar seu favoritismo. A seleção africana, por sua vez, tenta surpreender novamente.
As equipes nunca se enfrentaram em competições oficiais. No único embate, num amistoso em Saint-Èttiene, em 2009, a Nigéria venceu a França por 1×0, gol marcado por Akpala. A França costuma ir bem longe quando chega à segunda fase. Já a Nigéria nunca passou das oitavas de final e tenta fazê-lo pela primeira vez.
Será a primeira vez que o time francês atuará no primeiro horário da rodada. Na fase de grupos, a equipe atuou sempre no segundo horário, seja às 17h, como contra o Equador, ou as 16h, horário que enfrentou Suíça e Honduras. Deschamps, capitão da conquista de 1998 e hoje técnico, comentou sobre o clima quente do planalto central.
"Sim (me preocupa). É um horário um pouco diferente. Nos últimos três dias tentamos nos adaptar a este horário, mudamos a alimentação. Os nigerianos estão, naturalmente, mais adaptados ao calor. Uma partida neste horário pode influenciar principalmente o ritmo do jogo. É preciso gerenciar estes problemas. Vimos ontem os brasileiros e os chilenos depois da prorrogação eles terminaram muito cansados. É realmente um horário que exige muito dos jogadores. Tem a questão da umidade do ar também. A parte física vai ser muito importante", disse Didier Deschamps.
A Nigéria tem um time muito forte fisicamente. Com uma média de altura acima de 1,80m e jogadores nas grandes ligas europeias, a equipe é conhecida por "chegar forte". A conhecida resistência africana à situações adversas, observada em provas de atletismo e outros esportes, é um fator a se considerar no forte calor do Distrito Federal. O técnico Stephen Keshi, entretanto, tratou de espantar a superioridade pelo clima.
"Não levo em consideração o fato de na África também ser quente. A maior parte dos nossos jogadores atua na Europa e também sofre com esse problema. A temperatura estará elevada para as duas seleções. Também tivemos esse problema em Cuiabá, onde a temperatura estava altíssima. Se for um fator ruim, será para nós e também para a França. Eu gostaria de poder fazer algo a respeito do calor, mas não posso. Então, vamos deixar o clima de lado", afirmou Keshi, em entrevista coletiva.
Mas quem pensa que a seleção nigeriana só se sobressai na parte física está redondamente enganado. A técnica seleção de Stephen Keshi sabe jogar com a bola nos pés, além de muito eficiente sem ela. O adversário da França não é um time ingênuo, como comumente são tratadas as equipes africanas. Campeã da última edição da Copa Africana das Nações, a Nigéria chega para "colocar água no vinho francês".
"Eu não vejo nossa equipe com medo deles, e nem precisamos disso. Eu acredito no nosso time, e acho sim que podemos vencer. Nós jogamos de igual para igual contra a Argentina, que é uma grande equipe. Conseguimos marcar bem o melhor atacante do mundo, então podemos segurar a França. Só depende de nós", afirmou o zagueiro Yobo, jogador com mais partidas na história dos Super Eagles.
Do lado da França, algumas dúvidas pairam sob a cabeça de Deschamps. Sakho é dúvida para a partida. O zagueiro do Liverpool que se envolveu em polêmica no último jogo da primeira fase segue treinando em separado do restante do elenco, com lesão na coxa. Koscielny deve substitui-lo e atuar ao lado de Varane. Além dele, Giroud e Griezmann brigam por uma vaga ao lado de Benzema no ataque dos Bleus.
A equipe francesa conta com Karim Benzema, que seria o artilheiro da Copa caso não fossem "detalhes" da arbitragem. Com quatro gols e na vice-artilharia, o jogador que não canta a ‘Marselhesa’ é a grande esperança da França. O forte ataque é o ponto alto da seleção. Em três jogos, a França marcou oito gols.
Com exceção do meia Babatunde, que quebrou o braço em lance inusitado na derrota sofrida para a Argentina, a Nigéria tem força máxima para a partida. A escalação, entretanto, não foi divulgada. O mistério, inclusive, é arma das duas equipes, que nada confirmaram para o encontro de amanhã.
As equipes devem ir à campo com as seguintes escalações:
FRANÇA: Lloris, Sagna, Koscielny, Varane e Evra; Cabaye, Matuidi, Sissoko; Giroud, Valbuena e Benzema
Técnico: Didier Deschamps
NIGÉRIA: Enyeama; Ambrose, Omeruo, Yobo e Oshaniwa; Onazi, Obi Mikel, Oboabona (Moses), Musa e Odemwingie; Emenike
Técnico: Stephen Keshi
Árbitro: Mark Geiger (EUA)