Para realizar um estudo acadêmico, o Facebook manipulou – de forma secreta – o feed de notícias de quase 700 mil de seus usuários, por um período de sete dias. O objetivo era avaliar se um número maior de palavras positivas ou negativas em suas timelines era capaz de alterar o estado emocional de seus usuários e de suas postagens. Para isso, a rede social manipulou o algoritmo usado para distribuir as publicações.
Os resultados obtidos pela manipulação constataram que sim, o estado emocional de um usuário poderia ser influenciado por um número maior de palavras positivas e negativas. Segundo o estudo, "estados emocionais podem ser transferidos para os outros por meio do contágio emocional, levando as pessoas a experimentarem as mesmas emoções de modo inconsciente", afirmaram os autores da pesquisa. "Estes resultados provam que as emoções expressas pelos outros no Facebook influenciam nossas próprias emoções, o que evidencia o contágio em larga escala via redes sociais."
O estudo foi conduzido pelos acadêmicos Adam Kramer, Jamie Guillory e Jeffrey Hancock, que são pesquisadores associados ao Facebook e representam as universidades de Cornell e da Califórnia (UCLA). O documento foi publicado neste mês, na edição de 17 de junho da publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos EUA (PDF) e repercutidos pelas revistas onlines Slate e The Atlantic.
Ainda que os termos de uso do Facebook permitam esse tipo de pesquisa, a divulgação da manipulação dos dados revoltou usuários da rede social pela internet. Muitos questionam se o estudo pode ser considerado ético e consideram encerrar a conta na plataforma criada por Mark Zuckerberg.