A arma apreendida no apartamento do publicitário Eduardo Martins e da advogada Ieda Cristina Martins, suspeitos de matar o zelador Jezi de Souza na capital paulista no final de maio, foi usada no assassinato do empresário José Jair Farias, em 2005, no Rio de Janeiro, concluiu a Polícia Civil de São Paulo.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (2) pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP). À época, o empresário era marido de Ieda Cristina.
O G1 apurou que peritos do Instituto de Criminalística da Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo comparou um cano de pistola 380 e silenciadores que foram apreendidos no apartamento do casal Martins com três projéteis que mataram o empresário, entregues pela polícia do Rio de Janeiro. O exame balístico concluiu que as balas saíram do cano encontrado no apartamento. O corpo da pistola ainda não foi achado.
Para chegarem a essa conclusão, os peritos usaram outro corpo de pistola, acoplado ao cano com o silenciador e realizaram um disparo. As ranhuras – que funcionam como uma digital do cano de cada arma – são as mesmas que estavam nos três projéteis que mataram José Jair Farias. Segundo investigadores, a arma que matou o ex-marido de Ieda é uma pistola 380 da marca Taurus modelo 58s.
Interrogados sobre o cano da pistola e os silenciadores, Eduardo e Ieda Martins afirmaram desconhecer os objetos. Por esse motivo, os policiais decidiram atribuir a arma aos dois até que saibam quem é o proprietário e se arma está regularizada.
A polícia paulista deve entrar em contato com a polícia do Rio de Janeiro para comunicar a descoberta da investigação.
Eduardo Martins está preso preventivamente por suspeita de matar o zelador Jezi Lopes. Já Ieda está presa por suspeita de matar o ex-marido. As polícias de São Paulo e do Rio de Janeiro suspeitam que o casal tenha cometido os dois crimes juntos. O advogado Marcello Primo, que defende Eduardo e Ieda não foi localizado pelo G1 para comentar o assunto.
Zelador
Jezi Lopes de Souza desapareceu no dia 30 de maio, após ser flagrado pela última vez por uma câmera de segurança do elevador do prédio onde trabalhava, na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo. Martins afirmou que Lopes morreu acidentalmente durante uma briga, mas admitiu que tentou se livrar do corpo, que foi esquartejado e queimado. O publicitário afirma que agiu sozinho.
Ieda Cristina também é investigada no caso e foi presa por ter supostamente participado do assassinato de José Jair Farias em 2005. Ela nega ter participado de ambos os crimes.
A polícia investiga se uma arma encontrada em Praia Grande, onde Eduardo Martins foi preso em flagrante tentando se livrar do corpo do zelador, foi usada para dar uma coronhada em Jezi Souza.