Há 24 anos os argentinos procuram por alguém que resolva seus problemas no quinto jogo da Copa do Mundo, mas a espera acabou neste sábado. Figura apagada até as quartas de final, Gonzalo Higuaín despertou de um sono que parecia eterno para colocar a Argentina na semi do Mundial.
Autor do único gol da Argentina diante da Bélgica, o centroavante teve seu primeiro brilho no Brasil com o movimento típico do camisa 9. Angel Di María avançou pela direita e tentou enfiar para Zabaleta pela ultrapassagem, mas a sorte conspirou a favor de Higuaín. Após um desvio, a bola se ofereceu para uma finalização rápida, certeira e impossível para o gigante Thibaut Courtois.
Era o momento que Gonzalo Higuaín esperava desde a estreia contra a Bósnia, mas parecia cada vez mais difícil de se concretizar. A explosão foi a esperada para um jogador de seu quilate que carregava jejum com a camisa argentina desde agosto de 2013.
"Pipita", como é conhecido pelo nariz grande, bateu a mão no peito e pronunciou algumas palavras enquanto balançava a cabeça positivamente. Na corrida em direção à linha lateral, Higuaín foi alcançado por um mar de companheiros argentinos. Foram sete abraços até a corrida ao banco e um cumprimento generoso ao apoio oferecido por Alejandro Sabella e os reservas.
Ainda ali, Higuaín parecia querer curtir seu ápice por mais alguns segundos e vibrou enquanto tomava um isotônico e comemorava com os argentinos. Depois de anotar o primeiro e único gol do jogo em Brasília, com 7min, Pipita ainda teve mais 73 minutos para curtir e outros 14 para sofrer no banco de reservas com a pressão final do time belga.
Com o nome gritado pelos torcedores em vários momentos do jogo, Higuaín ainda desmoralizou o principal defensor da Bélgica, Em contragolpe no início do segundo tempo, o camisa 9 argentino colocou entre as pernas de Vincent Kompany e acertou uma finalização em que a bola ainda tocou na trave antes de sair pela linha de fundo.
Substituído por Fernando Gago aos 35min do segundo tempo, Higuaín deixa Brasília fortalecido para os dois últimos jogos da Copa do Mundo. Passará a ser lembrado como aquele que tirou dos argentinos o grito de classificado para a semifinal, uma festa que teve início com ele próprio e os companheiros, assim que o apito final soou no Mané Garrincha.