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Após 90 dias, moradores cobram solução para Motrisa e vão ao MP

Moradores da Vila Nossa Senhora do Carmo dizem que não tiveram acesso a nenhum laudo de segurança. Residências permanecem desocupadas.

Alagoas24horas

Desde o acidente, moradores tentam obter ressarcimento junto ao Motrisa

“Sem solução”, é a alegação dos moradores da Vila Nossa Senhora do Carmo, no Poço, após 90 dias do impasse que envolve o Moinho Motrisa. As 30 famílias prejudicadas pelo rompimento de um dos silos da empresa se reuniram na manhã desta segunda-feira (7) para protocolar um pedido junto ao Ministério Público Estadual (MPE) para pôr fim à crise.

O caso se arrasta desde o acidente ocorrido no dia 7 de abril, quando o trigo da empresa invadiu a Avenida Comendador Leão e diversas casas da Vila Nossa Senhora do Carmo. “Até hoje nós nunca tivemos tivemos acesso a laudo nenhum”, critica a moradora Telma Cedrim.

No último mês de junho, o advogado do Motrisa afirmou que o laudo estrutural já havia sido divulgado e que dava conta de que não haveria risco para o retorno dos residentes. “Eles não disseram nada, não sabemos nem o que será feito daqui em diante”, pontua Telma.

O problema se agrava ainda com o pagamento de aluguéis atrasados de alguns moradores. “Eles não estão cumprindo com as obrigações deles. Estou com o aluguel atrasado tem 17 dias e tenho que me humilhar para pagá-lo”, denuncia Samira Lima, também moradora da Vila.

De acordo com a advogada Ana Lice, que faz a defesa dos moradores, nenhuma das negociações extrajudiciais tiveram resultado. “Eles [empresa] falaram da existência dos laudos técnicos, mas nenhum deles foi liberado para nós advogados. Ficamos sabendo por meio de um engenheiro que existem outros laudos de 2002 e 2006 que condenam a estrutura”, garante Ana.

Com o pedido ao MPE, o órgão fiscalizador vai agora acompanhar o caso. Enquanto o impasse não chega ao fim, a Vila permanece interditada.

A assessoria jurídica do Moinho Motrisa informa que uma nota à imprensa será divulgada nas próximas horas.