Piranhas: “Cidade Lapinha” tem estrutura e atrativos que encantam.
Um lugar rico em história. De tão bonito e conservado, teve o centro da cidade tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional. Em 1859, recebeu a ilustre visita do imperador D. Pedro II, que pernoitou em meio a uma viagem às cachoeiras de Paulo Afonso. Lá, as histórias de Lampião e seu bando continuam vivas, com direito a fotos, armas e vestimentas. Esta é a cidade de Piranhas, a 280 km de Maceió, mais um município que integra o projeto “Caminhos do São Francisco”.
Mas Piranhas não é só isso. Aliás, é muito mais. Conhecida como “Cidade Lapinha”, o município tem muito a mostrar aos visitantes. O passeio pode começar pelo centro da cidade, cujo sítio histórico é um dos três tombados em Alagoas – os outros ficam em Penedo e Marechal Deodoro. Ao subir e descer ladeiras e escadarias, o visitante pode contemplar toda a beleza do Rio São Francisco.
No Museu do Sertão, instalado numa antiga estação de trens, é possível ver peças, documentos e fotografias ligadas ao cangaço, à estrada de ferro e à navegação a vapor. Lá, na sala dedicada ao cangaço, estão em exibição algumas armas usadas pelos cangaceiros e a famosa foto das cabeças do bando de Lampião que foram expostas na escadaria onde hoje fica a sede da prefeitura.
Infraestrutura
O passeio segue pelo Centro de Exposição e Cultural de Artesanato, que expõe peças produzidas em vários municípios sertanejos. Abrigado num prédio histórico, o lugar oferece objetos em couro, madeira, palha, tapeçaria, cestarias, cerâmica e bordados. A Casa do Patrimônio guarda muito da história da navegação de Piranhas e conta com um dos três exemplares da famosa canoa de tolda, caracterizada por sua vela quadrada. A culinária regional também pode ser apreciada, principalmente os doces.
Passeios e aventura
Ao se lançar nas águas do Velho Chico, o visitante pode optar por vários passeios saindo de Piranhas. O “menu” conta com visitas ao povoado de Entremontes, às hidrelétricas de Xingó e Paulo Afonso, à Fábrica da Pedra e a Angiquinhos (Delmiro Gouveia) e à Ilha do Ferro (Pão de Açúcar). É possível ainda visitar a cidade de Canindé do São Francisco e a Grota de Angicos, ambas no estado de Sergipe.
O povoado Entremontes é conhecido pela beleza de suas rendas, principalmente o redendê e o ponto-cruz. Já a visita a Angicos tem um caráter histórico, visto que foi nesse lugar que Lampião e seu bando foram trucidados pela volante da polícia alagoana, que saiu de Piranhas. Por isso, embora Lampião tenha sido assassinado em Sergipe, a Rota do Cangaço tem forte ligação com Piranhas, e é de lá que sai a embarcação que leva os turistas a Angicos.
Infraestrutura para receber o turista
A cidade conta com pouco mais de 900 leitos, espalhados por albergues, pousadas e hotéis de médio porte. Possui muitos bares e restaurantes e deve ganhar, em breve, outro produto turístico: o parque ecológico Pedra do Sino, que passa por reestruturação. Além disso, há guias cadastrados, agências de receptivo e embarcações para transportar os visitantes.
No próximo dia 24, Piranhas recebe a Semana do Cangaço, que vai contar com palestras, oficinas, musica e teatro – mais uma oportunidade para conhecer a cidade. Mas, se quiser ir, é bom se apressar: 80% dos leitos já estão reservados.