Categorias: Brasil

Corpo de Plínio de Arruda Sampaio é velado em SP

Velório é realizado na Igreja dos Dominicanos, em Perdizes.

Livia Machado/G1

Igreja dos Dominicanos, onde ocorre o velório de Plínio, na Zona Oeste de SP

O corpo do ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio (PSOL-SP) é velado em São Paulo na manhã desta quarta-feira (9). O velório acontece na Igreja dos Dominicanos, em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo. Ele morreu na terça-feira (8) aos 83 anos em São Paulo em decorrência da falência de vários órgãos. Ele completaria 84 anos no próximo dia 26.

Parentes e amigos do político estão reunidos desde às 8h na Igreja dos Dominicanos. Às 11h30, será celebrada uma missa. O enterro deverá acontecer à tarde, no Cemitério do Araçá.

Promotor público aposentado, Plínio Sampaio estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar um câncer ósseo. Ele era casado havia quase seis décadas com Marietta Ribeiro de Azevedo e tinha seis filhos.

Filiado ao PSOL, o ex-parlamentar concorreu ao Palácio do Planalto nas eleições de 2010. Na ocasião, obteve 886 mil votos e terminou a disputa eleitoral na quarta colocação, com 0,87% dos votos válidos.

Ligado à Igreja Católica, Plínio ingressou na política no final da década de 1950, como subchefe da Casa Civil do então governador de São Paulo, Carvalho Pinto. À época, ele atuava na Juventude Universitária Católica, organização que surgiu a partir da Ação Católica Brasileira.

Paulistano, Plínio foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 1962, pelo extinto Partido Democrata Cristão (PDC). Ao longo da carreira política, ele exerceu três mandatos como deputado federal.

No Legislativo, Plínio participou, em 2 de abril de 1964, da sessão que declarou vaga a Presidência da República no Congresso Nacional, ato que homologou o golpe ao presidente João Goulart. No mesmo ano, ele foi cassado pelo Ato Institucional nº 1 e teve de se exilar no exterior.

Durante o regime militar (1964-1985), Plínio Sampaio viveu no Chile e nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1976, no início do processo de abertura política.

Ele foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980. Redigiu o estatuto da legenda fundada por operários, sindicalistas e intelectuais. Nos anos 80, também se engajou na campanha das Diretas Já.

Saída do PT

Em 1982, concorreu a deputado federal, mas acabou não se elegeu – terminou como primeiro suplente do PT. Ele chegou a assumir uma cadeira na Câmara quando Eduardo Suplicy se licenciou do parlamento para concorrer à Prefeitura de São Paulo.

Na eleição seguinte, em 1986, Plínio Sampaio foi eleito pelo PT para a Assembleia Geral Constituinte. Durante a elaboração da atual Constituição, ele defendeu um modelo de reforma agrária que previa o fim dos latifúndios.

Nas eleições estaduais de 1990, disputou o governo de São Paulo, mas foi derrotado. O vencedor foi candidato do PMDB, Luiz Antônio Fleury Filho.

Em 2005, durante o escândalo do mensalão, Plínio de Arruda Sampaio se desfiliou do PT por discordar do resultado de uma eleição interna que escolheu o candidato do antigo Campo Majoritário, Ricardo Berzoini, para a presidência do partido. Na ocasião, outros nomes históricos petistas, como Hélio Bicudo, deixaram a legenda.

Após sair do PT, se filiou ao PSOL. Um ano depois, voltou a disputar o governo paulista, mas foi novamente derrotado. Com 532 mil votos, terminou em quarto lugar o pleito vencido pelo tucano José Serra (SP). A última eleição que Plínio Sampaio disputou foi em 2010, quando já tinha 80 anos. Ele concorreu a presidente da República pelo PSOL. Recebeu 886,8 mil votos e terminou em quarto lugar, atrás de Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

Mesmo octogenário, se tornou popular no microblog Twitter nos últimos anos ao se oferecer, quase diariamente, para responder a perguntas sobre política e religião. Ele tinha quase 83 mil seguidores na rede social.