Messi evita comparações, mas vai ter a chance de igualar o feito de Maradona, campeão em 86.
Foram dois Mundiais amargos até que Lionel Messi, eleito o melhor jogador do mundo por quatro vezes, pudesse comprovar que é capaz de conduzir a Seleção Argentina a uma final de Copa do Mundo, a exemplo do que fez Diego Maradona, o maior ídolo da história da alviceleste. Domingo, às 17h, no Maracanã, ele terá a chance de repetir o gesto do eterno Camisa 10, que no México’1986 ergueu a taça de campeão justamente contra a Alemanha.
Os alemães estão entalados na garganta de Messi. Eles foram os responsáveis por eliminar os argentinos nas quartas de final na Copa de 2006 (nos pênaltis, por 4 a 2, depois de empate em 1 a 1) e na África do Sul’2010 (incontestáveis 4 a 0) – o que resultou em uma chuva de críticas justamente sobre La Pulga, acusado de não apresentar na Seleção o mesmo brilhantismo com que levava o Barcelona a quase duas dezenas de títulos.
A Copa do Mundo no Brasil foi a consolidação de Messi como líder da Argentina. Ele tem mudado seu retrospecto na Seleção desde que assumiu a braçadeira de capitão, com a chegada do técnico Alejandro Sabella, depois da Copa América’2011. Nas Eliminatórias Sul-Americanas, marcou 10 gols em 14 jogos, terminando na vice-artilharia, um gol atrás do uruguaio Luís Suárez.
No Mundial do Brasil, Messi balançou as redes quatro vezes, chegando aos 25 gols em 31 jogos sob o comando de Sabella. Até então, em duas Copas, havia marcado apenas uma vez, contra Sérvia e Montenegro, em 2006, passando em branco nas cinco partidas de 2010 .
MAIOR QUE MARADONA? Messi evita comparações. Em uma das raras declarações sobre o assunto, disse ao jornal El País, que não gosta do tema, e que são diferentes também fora de campo. “Não gosto dessas comparações. Cada um tem um jeito. Eu não gosto de aparecer como ele aparece. Sou mais reservado", afirmou. Maradona, em 2011, também fugiu do assunto. “Por que Maradona ou Messi? Eu fiz minha carreira, e Messi está fazendo a dele. Será a história que vai decidir. No final das contas, as pessoas verão quem foi o melhor: se Maradona ou Messi. Alguns gostarão mais de um do que do outro.”, disse ao jornal argentino Clarín.
Em junho do ano passado, em amistoso contra a Guatemala, Messi marcou três gols da vitória por 4 a 0, ultrapassando Diego Maradona e empatando com Hernán Crespo na lista dos maiores artilheiros da Seleção Argentina. Ao balançar a rede quatro vezes no Mundial, chegou a 42 gols e está a 14 de Gabriel Batistuta, o maior artilheiro da alviceleste. As atuações levam às inevitáveis comparações com o maior ídolo do futebol argentino. Ao eliminar a Holanda, nas semifinais, nos pênaltis (4 a 2, depois de empate sem gols), ele ultrapassou Maradona em número de jogos pela Seleção: 92 a 91, com a metade do tempo (nove anos, desde 2006, enquanto Maradona atuou de 1977 a 1994). A diferença está justamente no número de títulos mundiais, que Messi tentará igualar domingo.