Professor e teólogo tinha 80 anos e lançou mais de 120 livros, a maioria sobre religião e educação.
O escritor Rubem Alves morreu neste sábado (19), aos 80 anos, vítima de falência de órgãos múltiplos. O autor estava internado desde 10 de julho no Hospital Centro Médico de Campinas, interior de São Paulo, para tratamento de uma pneumonia.
Além de escritor, Alves era educador, teólogo, psicanalista e professor. Lançou mais de 120 livros, a maioria sobre religião e educação, além de uma série de obras infantis.
Nascido em 15 de setembro de 1993 em Boa Esperança, no sul de Minas Gerais, Alves estudou teologia no seminário evangélico Presbiteriano do Sul. Tornou-se pastor de uma comunidade presbiteriana no interior de Minas, mas afastou-se no fim da década de 1960, dedicando-se à carreira acadêmica.
De 1969 a 1974, foi professor da Faculdade de Filosofia de Rio Claro, no interior paulista. Em seguida, ingressou no Instituto de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde permaneceu até a aposentadoria, nos anos 1990.
Recebeu o título de professor emérito da Unicamp e também o de cidadão honorário de Campinas, onde vivia. Na cidade, criou o Instituto Rubem Alves, associação sem fins econômicos voltada a programas educacionais.
Alves também estudou Psicanálise, concluindo a graduação na década de 1980 e mantendo sua própria clínica até 2004. Na literatura, tinha entre seus autores favoritos Friedrich Nietzsche, T.S. Eliot, Guimarães Rosa, José Saramago, Fernando Pessoa, Adélia Prado e Manoel de Barros.
Entre seus livros mais famosos estão "Protestantismo e Repressão", "Filhos do Amanhã" e "Da Esperança". Suas obras foram publicadas em idiomas como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.
Em texto publicado em seu site, ele escreveu: "Já tive medo de morrer. Não tenho mais. Tenho tristeza. A vida é muito boa. Mas a Morte é minha companheira. Sempre conversamos e aprendo com ela. Quem não se torna sábio ouvindo o que a Morte tem a dizer está condenado a ser tolo a vida inteira."