Laudo do Instituto Médico Legal de Alagoas não apontou conjunção carnal.
A delegada de Itaporanga D`Ajuda, em Sergipe, Mariana Amorim, afirmou durante coletiva realizada na manhã desta terça-feira, 22, que a mãe suspeita de aliciar as filhas nega a acusação. Segundo a delegada, a mãe das quatro meninas, de 6, 7, 9 e 11 anos, que teriam sido alugadas para uma rede de pedófilos negou as acusações em depoimento na delegacia. Laudo do Instituto Médico Legal de Alagoas não apontou conjunção carnal.
A mãe da criança informou em depoimento que nunca houve abuso por parte do padastro e que o relacionamento com o pai de suas filhas sempre foi conturbado. “Ela nega essas as denúncias contra ela, fala a respeito de um relacionamento bastante conturbado com o pai das crianças e esse depoimento está sendo confirmado após ouvirmos pessoas das cidades. Há registro de boletim ocorrências de ameaças contra ele”, relata a delegada.
Sobre o laudo feito no IML, a delegada explica que o documento confirmou que não houve violência sexual contra as crianças. “Contudo, se há outra forma de violência, nós vamos averiguar. Sobre o padastro ela confirma que teve esse relacionamento com esse cidadão, mas os filhos mais velhos dela falam muito bem dele”, diz.
Investigações
A delegada Katarina Feitosa, superintendente da Polícia Civil de Sergipe, ressalta que o documento que foi encaminhado no ano passado (2013), via Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter), dava conta de um suposto abuso sexual do padastro com relação a suas enteadas e não de uma rede de pedofilia.
“O delegado, à época, começou a detalhar a situação, mas houve a substituição, por outro delegado e por isso o inquérito não foi concluído. Entretanto, as informações que chegaram há pouco tempo e divulgada pela imprensa, de que envolve uma rede de pedofilia, crianças levadas para uma fazenda, mãe que alugou as filhas e de que as crianças teriam recebido injeções de anestesias não chegou à delegacia em Sergipe”, explica.
Katarina Feitosa afirma que o laudo do IML de Alagoas não tinha chegado ainda. “Não tínhamos materialidade do delito. Esse laudo só chegou agora e diz que não houve violência. Então a gente já começa vislumbrar outras situações. Mas tudo isso será apurado pela polícia sergipana. A gente não pode afirmar que o Conselho Tutelar mentiu, mas a gente não sabe que tipo de relação que essas crianças estão inseridas. Não descartamos a possibilidade de que houve abuso e é nisso que vamos trabalhar”, garante.
Conselho tutelar
O conselheiro tutelar Fernando Silva rebate as informações e afirma que o laudo deixa claro que houve atos libidinosos contra as crianças. “A delegada Rosimere (de Alagoas) me mostrou o laudo que atesta que houve a violência. As meninas pegaram bactérias que estão sendo tratadas até hoje. E isso está no laudo”, afirma Fernando.