Com o Arruda vazio, atacante Léo Gamalho ainda acabou com seu jejum de gols.
Não havia ninguém para aplaudir. Ninguém para vaiar as ainda visíveis falhas do Santa Cruz. Cumprindo a última punição pela morte do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva no seu estádio, em 2 de maio, o Tricolor atuou com os portões do José do Rêgo Maciel fechados. O Arruda não pulsava. Morto para receber um jogo igualmente gélido. O time de Sérgio Guedes, porém, conseguiu avançar para a terceira fase da Copa do Brasil. Venceu o Botafogo da Paraíba por 2 a 1 nesta quarta-feira, abocanhou uma premiação bem-vinda de R$ 430 mil e retomou as vitórias depois das duas derrotas seguidas do pós-Copa. Volta à Série B no próximo sábado aliviado. E com Léo Gamalho pondo fim ao seu jejum ao ter feito os dois gols dos pernambucanos.
Agudo, Tony fez o seu primeiro jogo como titular da equipe e foi uma das principais armas ofensivas do Santa Cruz. Quase todas as ações dos mandantes se restringiam a ele. O agora reserva Nininho não fez falta. Aos 13, o lateral direito acertou o travessão de Genivaldo. Sete minutos depois, serviu Léo Gamalho. O centroavante colocou a bola para dentro. Terminou um jejum pessoal sem fazer gols na temporada. Enfim. Durava desde 7 de maio, quando o camisa 9 tricolor fez um gol contra o Lagarto, também pela Copa do Brasil. Foram oito partidas consecutivas sem balançar as redes.
O primeiro tempo da partida no Arruda, no entanto, foi praticamente sem oportunidades efetivas para ambos os lados. A única dos paraibanos, aliás, foi somente aos 45 minutos. E acabou sendo convertida. Aproveitando-se de falhas de marcação no setor esquerdo dos pernambucanos (agravadas pela presença de Renatinho), Rafael Aidar achou Lenílson na pequena área. Sem muito trabalho, o experiente meia do Belo subiu sem marcação, expondo novamente um antigo problema do sistema defensivo coral. A defesa tricolor permaneceu estática e o Botafogo empatou: 1 a 1. O resultado levaria o duelo para os pênaltis.
A construção de jogadas pelo meio-campo seguiu sendo um dos tormentos do Santa Cruz na etapa final do confronto. Carlos Alberto se mostrava apagado. Danilo Pires tinha alguns lampejos e, por vezes, acertava alguns lançamentos. Porém, pouco aproveitados pelos atacantes. Sérgio Guedes resolveu acionar Natan para resolver no setor de criação. Tirou Pingo, que sentia dores na coxa direita. A equipe teve mais vigor ofensivo. Pires e Carlos Alberto cresceram de produção.
O jogo estava no seu ápice de tensão. Renatinho achou Gamalho aos 32. O atacante fez o seu segundo: 2 a 1. A partir de então, o Botafogo precisou ser ultraofensivo para não ser eliminado. Mandou-se para o campo de ataque a pedidos do treinador Marcelo Vilar e abriu espaço para os tricolores. O Santa não aproveitou os espaços deixados pelos adversários. Chegou a perder um gol feito quando três jogadores ficaram no mano a mano com o goleiro. Mas também não permitiu que os visitantes chegassem ao empate e a consequente classificação.
Santa Cruz 2
Tiago Cardoso; Tony, Everton Sena, Renan Fonseca e Renatinho; Sandro Manoel, Memo, Danilo Pires (Emerson Santos) e Carlos Alberto; Pingo (Natan) e Léo Gamalho (Betinho). Técnico: Sérgio Guedes.
Botafogo-PB 1
Genivaldo; Ferreira (Isaías), Magno Alves, André Lima e Badé; Zaguel (Luis Paulo), Pio, Doda e Lenílson; Rafael Aidar (Soares) e Frontini. Técnico: Marcelo Vilar.
Estádio: Arruda (Recife-PE)
Árbitro: Jefferson Schmidt-SC
Assistentes: Ângelo Rudimar Bechi e Rosnei Hoffman Scherer, ambos de SC
Gols: Léo Gamalho (20′ do 1T, Santa Cruz); Lenílson (45′ do 1T, Botafogo) e Léo Gamalho (32’do 2T, Santa Cruz)
Cartões amarelos: Everton Sena, Renan Fonseca e Léo Gamalho (Santa Cruz); Zaquel e André Lima (Botafogo)
Público e renda: Portões fechados