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Ao lado de Aécio, Alckmin diz que não subirá em palanque com Campos

Governador considera 'óbvia' a posição: 'Quem é do PSDB apoia Aécio. Quem é do PSB apoia Eduardo Campos', afirmou.

Marcos Fernandes/PSDB

Alckmin acompanha Aécio Neves, candidato à Presidência, em visita ao projeto Mananciais, em São Paulo (19/7)

O governador Geraldo Alckmin garantiu neste sábado, ao lado candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, que não subirá em palanque com o candidato do PSB, Eduardo Campos, cujo partido tem o deputado Márcio França como vice na coligação de 14 partidos.

“Quem é do PSDB apoia Aécio. Quem é do PSB apoia Eduardo Campos”, afirmou. “Nem existe convite para que eu participe”, explicou o governador. Ele considerou “óbvia” a posição de não subir no mesmo palanque com o ex-governador pernambucano.

“Me sinto honrado com o apoio”, aplaudiu Aécio, que decidiu concentrar sua campanha em São Paulo nas próximas três semanas para explorar a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff, candidata do PT, na região e minar um eventual crescimento de Campos no mais confortável ninho tucano.

Alckmin afirmou que a aliança com o PSB é resultado do quadro pluripartidário que se estabeleceu no país, que já tem 32 partidos legalizados e outros 30 em fase de organização. E repetiu que o compromisso presidencial dos tucanos pactuados na aliança com os outros parceiros regionais é apenas com Aécio.

Aécio e Alckmin participaram juntos de dois programas neste sábado em São Paulo. No primeiro, ao lado do candidato ao senado, o ex-governador José Serra, fizeram uma caminhada pelos 280 mil metros quadrados do Parque da Juventude, quadrilátero em que funcionou o antigo complexo do Carandiru (Casa de Detenção, Penitenciária do Estado e Centro de Observação Criminológica), desativado pelo ex-governador Mário Covas depois do massacre em que as tropas de choque da PM paulista mataram 111 detentos, em 1992.

A visita acabou sendo esvaziada pela má organização do programa – havia pouca gente – e, depois, pelo chuvisco fino que obrigou os tucanos a encerrar a caminhada. Quando passavam por uma quadra esportiva, Aécio e Alckmin ouviram um manifestante pedir a legalização da maconha. “Legaliza”, gritou o rapaz.

Aécio achou que o rapaz tinha se referido à camisa e, ao entender o recado soprado por um correligionário, sorriu e seguiu em frente.

Alckmin também enfrentou uma saia justa. Depois de tomar café na lanchonete do parque, ouviu um “muito obrigado” da professora Amábili Lopes, de 28 anos. Voltou-se para ela com atenção e perguntou porque ela estava agradecendo. “Obrigado por ter me demitido ontem”, respondeu a moça.

O governador disse que a demissão deve ser atribuída à Secretaria de Educação, mas prometeu analisar o caso. Segundo Amábili, dezenas de professoras que não têm estabilidade estão sendo demitidos.

Na visita a uma feira de tecnologia organizada por entidades não governamentais no Centro de Formação e Cultura Dom Bosco, em Itaquera, Zona Leste, Aécio prometeu expandir escolas e faculdades técnicas para estimular o empreendedorismo e gerar empregos. Ele aproveitou para criticar a candidata do PT.

“Os indicadores econômicos apontam que Dilma fracassou. O País não aguentará mais quatro anos de baixo crescimento, inflação sem controle e os riscos de desemprego”, afirmou.

Em relação ao conflito diplomático com Israel, o candidato do PSDB disse que a posição do governo – ao condenar apenas os ataques à Faixa de Gaza sem fazer qualquer referência aos foguetes lançados pelo Hamas – revela um alinhamento ideológico e não a posição de equilíbrio que deve marcar a política externa brasileira. “A violência deve ser condenada por todos os lados”, disse.

Aécio acha que a falta de equilíbrio está levando o Brasil a perder espaço no comércio internacional, especialmente no mercado europeu, onde a posição do Brasil na exportação de produtos do de agronegócios caiu de 2,3 para 1,3 durante o governo do PT.

Os dois candidatos aproveitaram o sábado para ajudar seus marqueteiros e produzir material de campanha para o horário eleitoral. Cumprimentaram populares, tomaram café, ouviram reivindicações e fizeram questão de se aproximar de uma barraca na feira tecnológica para comer pastéis.