O trânsito está caótico na região.
Moradores da Favela de Jaraguá bloqueiam com paus e pneus ruas do bairro de Jaraguá, nas imediações da comunidade de pescadores. Mais uma vez, os manifestantes reivindicam habitações em outro local.
As famílias, que afirmam ser pescadoras, temem ser transferidos para locais longe da Favela do Jaraguá, de onde eles tiram a subsistência. Interessados na mudança, os manifestantes alegam que foram preteridos no momento de realizar o cadastro das secretarias de habitação e assistência social.
Segundo o pescador Valdomiro, cerca de 57 famílias aceitam sair do local, desde que as moradias sejam asseguradas. O grupo não pertence à chamada ‘resistência’, famílias que se recusam a deixar a Favela do Jaraguá sob qualquer condição.
Militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram acionados para desobstruir a via, que foi bloqueada por paus e pneus em chamas. Bombas de efeito moral foram lançadas contra os manifestantes. O trânsito está caótico na região.
Após o agendamento de uma reunião para esta quarta-feira (30), os manifestantes decidiram desbloquear a via.
Em entrevista à rádio Pajuçara FM, o secretário de Habitação de Maceió, Mac Lira, esclareceu que desde que foi iniciado o projeto de construção do polo pesqueiro, algumas famílias se mostraram contrárias e resistem às mudanças. O que essas 34 famílias não entendem é que o remanejamento das famílias e a derrubada dos barracos fazem parte de uma decisão judicial, expedida em junho deste ano.
Nesta terça-feira, 29, quando a prefeitura auxiliava na remoção de duas famílias, que resolveram espontaneamente deixar a favela e ocupar os apartamentos do condomínio Vila dos Pescadores, foram impedidos pelo grupo que luta pela permanência no local. “Enquanto há um grupo que luta para não sair, os demais moradores que estão vivendo no conjunto, cobram a construção do polo pesqueiro que irá ajudar pescadores a tirar seu sustento de forma digna”, disse.
Em resposta aos pescadores que afirmam não terem sido cadastrados, o secretário garante que sequer estavam morando no local no período do cadastramento. Como exemplo, Lira comentou do idoso que afirma viver na favela há 34 anos, quando na verdade morava em Piaçabuçu. O caso dos remanescentes é conhecido da secretaria e da Justiça.