Apesar do impedimento legal, supostos parentes das vítimas acompanharam o trabalho do médico Luiz Mansur. Questionados pela imprensa e demonstrando temor, ninguém quis falar sobre as exumações.
Uma história macabra começa a ser desvendada nesta quarta-feira, dia 30, com a descoberta de dois esqueletos em sacos plásticos enterrados entre covas no Cemitério São José, no bairro do Trapiche. A polícia, que alegou segredo de Justiça, confirmou apenas que os corpos foram enterrados de forma irregular, entre o meio-fio e as covas, em horários não convencionais. Não há qualquer informação sobre as identidades das vítimas, que teriam sido enterradas há mais de um ano.
Apesar do impedimento legal, supostos parentes das vítimas acompanharam o trabalho do médico Luiz Mansur. Questionados pela imprensa e demonstrando temor, ninguém quis falar sobre as exumações.
Em breve contato com a imprensa, o delegado Denisson Albuquerque- que ocupa temporariamente a Delegacia-Geral da Polícia Civil de Alagoas- confirmou que as investigações tiveram início há três meses após a denúncia da atuação de um grupo de extermínio composto por cerca de seis pessoas, três delas já sob a custódia da polícia. Os mandados de prisão e a ordem de exumação foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
As identidades dos presos também não foram divulgadas oficialmente, embora o nome de um suplente de vereador da capital tenha sido citado. Albuquerque disse que a polícia não descarta a possibilidade de existir mais corpos em outros pontos da capital. Perguntado se seriam em outros cemitérios públicos, o delegado se limitou a dizer ‘outros locais’ e que a diligências prosseguem.
A polícia teria chegado ao local de sepultamento dos corpos após a prisão de um dos integrantes do bando, que delatou as ações da grupo. O acusado está sob proteção da polícia e ameaçado de morte. O caso pode expor figuras públicas de Alagoas e um esquema envolvendo servidores de cemitérios públicos.