Com o limite acima do normal, policiais civis decidiram por interromper a realização de novos procedimentos criminais
A Central de Flagrantes registrou desde o domingo (3) e a manhã desta segunda-feira (4), superlotação de cerca de 36 presos em celas temporárias com capacidade para 12. Os detidos não puderam ser transferidos para os presídios, pois estes alegaram não terem espaço. Com o limite acima do normal, os policiais civis decidiram por interromper a realização de novos procedimentos criminais.
Sem previsão de transferência dos presos para a Casa de Custódia, os procedimentos criminais estão paralisados e o número de viaturas da Polícia Militar se acumula do lado de fora da unidade, no bairro do Farol. Cerca de seis carros foram flagrados pela equipe de reportagem do Alagoas 24 Horas aguardando a realização do flagrante para serem liberados.
“Isso é um absurdo. Estamos aqui desde as 16h de ontem por um crime de porte ilegal de arma de fogo e nossa guarnição não foi liberada”, informa um militar do Batalhão de Polícia e Eventos (BPE). Enquanto isso, o homem que é acusado de portar uma arma de fogo permanece na mala da viatura com algemas, enquanto aguarda ser chamado por um delegado plantonista. “Nós vamos colocar ele no pátio da Central, pois é até desumano deixar o cara ‘fritar’ nesse calor dentro da viatura”, complementou o mesmo militar.
De acordo com a delegada Maria Angelita, o estopim ocorreu ainda na manhã do domingo. “Conseguimos transferir cinco presos para a Casa de Custódia, mas isso não resolveu o problema que é praticamente diário”, informa a delegada.
Ao todo, 18 militares aguardam a realização do procedimento criminal que envolve análise do crime e o encarceramento provisório na Central de Flagrantes. Entre os presos, Carlos Eduardo, de 28 anos, reclama da morosidade da Justiça para resolver a sua situação. “Estou preso há 33 dias por que ‘zuei’ da minha mulher. Não bati nela e nem nada. Agora vou ficando aqui nessa situação desumana sem direito a nada”, alega.