Marília Arraes (PSB) rompeu com o presidenciável. Coordenador diz que 'homenagem' não passa de brincadeira.
Depois de romper com o primo Eduardo Campos, candidato do PSB à sucessão presidencial, a vereadora Marília Arraes (PSB) ganhou uma “homenagem” no mínimo indelicada: uma cadelinha – achada na rua por militantes do PSB e alojada no comitê central do partido em Recife – recebeu o nome da socialista.
O Coordenador do Comitê, Gustavo Melo, garantiu que tudo não passa de uma gesto brincalhão do auxiliar de serviços gerais, Jorge Carlos, de 48 anos. Mais conhecido por Coalhada, o funcionário tem mania de apelidar os animais com os quais convive, usando nomes ou símbolos políticos. Gustavo minimizou a “brincadeira” e disse que o partido nem ia se desculpar, nem emitir alguma nota oficial sobre o assunto.
– Aqui também tem outra cadela chamada Marina (em homenagem à candidata à vice, Marina silva). E ainda quatro periquitos: Eduardo Campos, Geraldo Júlio, Paulo Câmara e Raul Henry, em “homenagem” ao presidenciável, ao prefeito de Recife, ao candidato do PSB ao Palácio do Campo das Princesas e ao candidato dele a vice, respectivamente.
A “homenagem” movimentou as redes sociais. Marília vem criticando abertamente o presidente nacional do PSB e cobrando democracia interna na legenda. Ela faz campanha para o candidato do PTB à sucessão estadual, o senador licenciado Armando Monteiro Neto, ex-aliado de Campos.
Para a vereadora, a “homenagem” apenas mostra como está “baixo” o nível da campanha do PSB. A iniciativa do militante foi rejeitada por Carmem Silva, coordenadora do SOS Corpo, uma das entidades feministas mais tradicionais do Recife.
– Provavelmente colocaram apelidos nos outros animais para disfarçar a “homenagem” a Marília. Infelizmente no Brasil, sempre que uma mulher se posiciona politicamente, que se confronta na disputa pelo poder, os ataques aparecem como forma de rebaixá-la, como se ela não tivesse o direito de fazer política, de ter suas próprias opiniões – criticou.
Mas Gustavo disse que isso não aconteceu. Que na realidade, Coalhada tem essa mania, de colocar nome de gente nos bichos.
– Em 2010, a então candidata Dilma Rousseff estava do nosso lado, mas no nosso comitê tinha uma cachorrinha que Coalhada resolveu chamar de Dilma. Na época, ninguém entendeu isso como ofensa. E um cãozinho que ele apelidou de Quarentinha, disse ele, referindo-se ao número do candidato do PSB ao governo estadual.