Segundo dos cinco filhos do ex-governador com Renata Lima Campos, João Henrique ganhou os holofotes logo após a morte do pai em um acidente de avião na cidade de Santos (SP) na quarta-feira (13).
Apontado por si mesmo como herdeiro político do pai e ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, João Henrique Campos, de 20 anos, precisou adiar por duas vezes sua entrada na política ao perder sucessivas quedas de braço para a vereadora de Recife pelo PSB Marília Arraes, de 30 anos, sua prima de segundo grau.
Segundo dos cinco filhos do ex-governador com Renata Lima Campos, João Henrique ganhou os holofotes logo após a morte do pai em um acidente de avião na cidade de Santos (SP) na quarta-feira (13). Além da semelhança física, o rapaz se apressou em mandar um recado pelo primo Joaquim Pinheiro, que em frente à mansão da família contou a jornalistas o que pensa o garoto sobre o legado do pai: "João disse que perdeu o pai, perdeu um líder, mas tem que dar um jeito para que a bandeira dele não caia, que os ideias dele sejam o futuro do País."
A investida do garoto é a terceira este ano. As tentativas anteriores de entrar na política se depararam com a prima Marília, primeira neta do patriarca da família, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Em junho, ela surpreendeu os familiares ao se rebelar contra o primo de primeiro grau e então candidato à Presidência Eduardo Campos e suas pretensões de emplacar o filho na secretária-geral da Juventude do PSB no Estado.
Em uma carta aberta publicada em sua página no Facebook, Marília afirma que Campos decidiu intervir nas duas chapas que disputavam a vaga no voto para emplacar o filho, “sem envolvimento na juventude partidária”. A intenção de Campos, de acordo com ela, era garantir um atalho para que o garoto assegurasse assento na Executiva Estadual do PSB.
De acordo com aliados de Campos, a vereadora jogou água nas pretensões do primo porque pretendia reassumir o cargo de secretária estadual da Juventude, que ela ocupou duas vezes, e que em breve poderia terminar com João. Diante da repercussão negativa, Campos abortou a investida e passou a planejar o lançamento da candidatura de João a deputado federal, mas Marília estava novamente no caminho.
A prima passou a reivindicar a vaga por ter maior experiência política (é vereadora pela segunda vez). O clima azedou novamente e João divulgou uma carta atrelando sua desistência em entrar na disputa à necessidade de terminar o curso de engenharia civil na Universidade Federal de Pernambuco. "Prefiro me preparar melhor para assumir o grande desafio que é defender o legado de Miguel Arraes e Eduardo Campos”, escreveu antes de alfinetar a prima: “Espero ser reconhecido pelos meus méritos e não pelas minhas ligações familiares.”
Em retaliação, Campos vetou o nome da prima na disputa pela vaga no Congresso. Contrariada, Marília aprontou a última ao, no final de julho, declarar apoio ao senador Armando Monteiro (PTB), que concorre ao governo de Pernambuco contra Paulo Câmara (PSB). Mais: aproveitou para também declarar voto em Dilma Rousseff na corrida presidencial.
Ao lado dos desafetos da família Arraes, Marília disse que Campos pregava uma nova política, mas indicava candidatos biônicos para disputar as eleições. “Não acredito que Eduardo Campos seja a melhor opção para o País.”
João Henrique Campos vai tentar repetir o sucesso do pai, eleito deputado estadual em 1990 aos 25 anos. Diferentemente do ex-governador, que teve a carreira alavancada por Arraes no auge, João terá de iniciar seus passos na política sem os conselhos e a influência do pai.