A alopecia areata é uma doença autoimune em que os linfócitos T - células de defesa do organismo - atacam os folículos capilares, provocando queda de cabelo.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram que uma droga já utilizada para tratar um tipo de câncer do sangue é capaz de recuperar o cabelo de pacientes com a doença alopecia areata em apenas cinco meses. A alopecia areata é uma doença autoimune em que os linfócitos T – células de defesa do organismo – atacam os folículos capilares, provocando queda de cabelo.
Os resultados do uso do medicamento em três pacientes foram publicados na revista científica "Nature Medicine" neste domingo (17).
Para chegar ao resultado, primeiro os cientistas estudaram a doença em camundongos e identificaram o conjunto de linfócitos T responsável pelo ataque aos folículos capilares na doença. Em seguida, estudaram quais vias do sistema imunológico que poderiam ser inibidas para evitar o ataque aos folículos.
Foram testadas em camundongos duas drogas de uma classe conhecida como inibidores da via JAK. Nos roedores, os medicamentos ruxolitinib e tofacitinib foram capazes de bloquear essa via imunológica e reverter a queda de pelos em cinco meses. O efeito das drogas mostrou-se duradouro, já que persistiram mesmo depois do fim do tratamento.
A droga ruxolitinib – já usada nos Estados Unidos para o tratamento de mielofibrose, um tipo de câncer do sangue – foi testada também em humanos, em um pequeno estudo clínico. Resultados preliminares mostram que, em três desses pacientes, o medicamento foi capaz de restaurar totalmente a queda de cabelo provocada pela doença em um período de cinco meses.
"Nós estamos apenas começando a testar a droga em pacientes, mas se a droga continuar a ser bem sucedida e segura, ela terá um intenso impacto positivo nas vidas das pessoas com essa doença", diz Raphael Clynes, do Centro Médico da Universidade de Columbia, um dos líderes da pesquisa.
A médica Angela M. Christiano, também autora da pesquisa, afirma que a alopecia areata é frequentemente encarada como uma doença que simplesmente altera a aparência dos pacientes, sem provocar outros problemas. Ela discorda: "Pacientes com alopecia areata estão sofrendo profundamente, e esses resultados marcam um avanço significativo para eles. A equipe está totalmente comprometida em avançar rumo a novas terapias para uma necessidade não atendida."