Em carta, ela disse que quer ficar perto da filha ou morrer se não mudar de cadeia.
A madrasta acusada de ter assassinado o menino Bernardo, Graciele Ugolini, enviou à Justiça uma carta em que pede transferência da Penitenciária Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul, alegando que está longe da filha e que não tem ao menos uma televisão dentro da cela em que está. A detenta ameaçou se matar caso o pedido não fosse aceito.
Segundo o conteúdo da carta, Graciele reclama das agentes penitenciárias e diz ainda que outras presas tentaram incendiar a unidade. A carta foi analisada pelo Comarca de Três Passos, Marcos Luís Agostini, que negou o pedido.
Graciele está no isolamento da penitenciária, assim como Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele que também foi presa suspeita do crime.
A reportagem da Rede Record entrou no presídio e mostrou as dependências onde as duas estão. Elas tomam banho de sol em horário separado e recebem alimentação na cela. Segundo a direção, elas não têm nenhum contato com as demais presas.
A penitenciária tem capacidade para 450 mulheres, mas abriga mais. O juiz alegou que Graciele e Edelvânia estão em situação confortável na cadeia porque estão sozinhas, enquanto todo o Estado enfrenta superlotação.
Bernardo Uglione Boldrini estava desaparecido desde o dia 4 de abril, mas foi encontrado enterrado dentro de um saco plástico dias depois. O pai, a madrasta, Edelvânia Wirganovicz e o irmão estão presos suspeitos do crime.
Em um trecho da carta, Graciele diz que vai sair de ‘qualquer jeito’ do presídio. Pelas informações já divulgadas pela polícia, Bernardo acompanhou a madrasta em viagem de Três Passos, onde a família mora, a Frederico Westphalen, a 80 km, no dia 4 de abril. Na cidade vizinha, câmeras de segurança captaram imagens de Graciele embarcando em um automóvel com Edelvânia e Bernardo e das duas voltando sem o garoto. O corpo foi encontrado enterrado em meio a um matagal no dia 14.