Em se tratando de denúncia, o suplente de vereador Eliseu Oliveira Barbosa, o Júnior Barbosa, não poupou ninguém no seu depoimento à Polícia Civil ou declarações à imprensa na tarde desta quinta-feira, dia 21.
Com a experiência de nomeações para administrar cemitérios (por seis anos) e cargos comissionados na Câmara de Vereadores de Maceió e na Assembleia Legislativa de Alagoas, o sobrinho do deputado Marcos Barbosa remontou ao início dos anos 2000 para contar os primórdios das supostas irregularidades cometidas por Marcos Barbosa e seus familiares.
Segundo Eliseu, o próprio pai, que era lotado na extinta Somurb, e uma tia merendeira, passaram por “anuência” aos quadros da Câmara de Maceió, recebendo salários de cerca de R$ 11 mil. "Meu pai estudou até a 5ª série e foi nomeado de forma irregular na Câmara", disse. Junior Barbosa citou, ainda, nomes de irmãs do deputado que teriam sido “efetivadas” na surdina tanto na Câmara quanto na Assembleia, além do cargo da vereadora Silvania Barbosa na ALE, mesmo ela exercendo mandato de vereadora por Maceió.
Junior Barbosa disse que à época da presidência do então vereador Maurício Quintella, ele teria tentado ‘abrir a caixa preta da Câmara’ e foi obrigado a andar de Santana blindando cedido pelo então secretário de Segurança do Estado, Rubens Quintella. Supostamente temendo algum tipo de retaliação.
Barbosa afirma que houve enxertos de parentes e correligionários nas duas casas legislativas e que o próprio deputado, além do mandato, seria procurador da Casa de Tavares Bastos. A reportagem tenta contato com o deputado Marcos Barbosa para rebater as informações passadas por Junior Barbosa.
As folhas de pessoal da ALE e da Câmara sempre foram temas de denúncias. O número exato de servidores e onde estão lotados é uma grande incógnita. As denúncias de Junior Barbosa são mais um capítulo que deverá ser investigado pela Polícia Civil de Alagoas, segundo determinou o delegado-geral, Carlos Alberto Reis.
Sem citar nomes, embora tenha feito durante depoimento, o suplente de vereador também denunciou o envolvimento de um desembargador, juiz, promotor e agentes públicos a quem o deputado teria pago para se ver livre das acusações da morte do líder comunitário Baré Cola. Segundo Junior, ele teria ouvido da boca do próprio deputado que teria gasto R$ 2 milhões para se safar da prisão.