A semana foi dura para o Palmeiras, especialmente depois da derrota para o Sport-PE no meio da semana.
Ale Cabral/LANCE!Press
O palmeirense ganhou um presente na noite deste sábado, no Pacaembu, na semana do centenário. Não era bem o tipo de comemoração que o torcedor havia imaginado, mas o time alviverde conseguiu acabar com o jejum de vitórias no Brasileiro e bateu o Coritiba, por 1 a 0, com gol de Juninho, em partida válida pela décima sétima rodada do campeonato.
Eram dez jogos seguidos sem vencer, o que havia deixado o clube como lanterna da competição. Além de estar ao menos momentaneamente fora da zona de rebaixamento, com os três pontos, o técnico Ricardo Gareca evitou o que seria a pior série de duelos sem ganhar da história dos palestrinos. Esse foi o primeiro placar positivo do argentino no nacional – desde que chegou ao Brasil só havia saído vitorioso na Copa do Brasil.
Para passar o centenário fora da zona de degola, no entanto, o torcedor palestrino terá ainda terá de secar alguns adversários neste domingo. Com 17 pontos, o alviverde paulista é o décimo quinto da tabela. Para se manter fora do Z4, o palmeirense terá de torcer para o Criciúma perder do Flamengo e para o Bahia empatar ou perder do Atlético-PR.
A vitória, inclusive, saiu de uma postura mais do que ousada do treinador palestrino. Além de ter tirado Victor Luiz para a entrada de Juninho, que não jogava desde maio, Gareca optou por entrar em campo com três atacantes, escalando Leandro de volta ao time e deixando o volante Renato no banco. Acabou dando certo: a equipe jogou bem no primeiro tempo e um dos seus escolhidos para o duelo, o lateral esquerdo, ainda marcou o único gol da partida.
O bom placar, no entanto, aliviou a torcida, mas não chegou a satisfazer completamente, especialmente quem foi ao estádio. O alviverde paulista começou o jogo tocando bola e surpreendeu até os mais críticos. Ainda no primeiro tempo, a equipe ficou com um a mais, por causa da expulsão de Leandro Almeida, mas não conseguiu tirar proveito. O segundo tempo foi ainda mais sofrido, com algumas chances para o adversário, principalmente nos minutos finais.
As diversas chances perdidas dos atacantes do time de Gareca irritaram os palmeirenses. Mouche e Allione tiveram oportunidades claras de gol, mas falharam e não conseguiram aumentar a diferença e garantir de uma vez a vitória. Ainda assim, os jogadores correram e mostraram garra, fazendo a torcida cantar na maior parte dos 90 minutos.
Se para o Palmeiras foi um alívio, por outro lado, a derrota foi péssima para o Coritiba, que continua com seus 15 pontos e agora ocupa o décimo oitavo lugar do Brasileiro – também espera o domingo para saber em qual posição irá terminar.
Antes dos próximos jogos, o alviverde paulista tem o compromisso mais importante do ano. O clube comemora seu centenário no dia 26 de agosto, próxima terça-feira, quando fará uma grande festa, diante de umas das fases mais complicadas de sua história.
Já com 100 anos, o Palmeiras tem o Atlético-MG pela frente, nas oitavas de final da Copa do Brasil, de novo no Pacaembu, na próxima quarta-feira, dia 27 de agosto. O jogo de volta da competição acontece no dia 4, em Minas Gerais. No Brasileiro, o próximo desafio do alviverde é contra o Internacional, o terceiro seguido em casa. Para fechar o primeiro turno, o time de Gareca pega o Atlético-PR, em Curitiba.
Pela décima oitava rodada do nacional, o Coritiba recebe o Atlético-MG em casa, com o objetivo de se afastar da zona de rebaixamento e terminar a primeira parte do campeonato pelo menos um pouco mais tranquilo, com o último duelo sendo contra o Bahia.
Alívio
A semana foi dura para o Palmeiras, especialmente depois da derrota para o Sport no meio da semana. Após a derrota no clássico contra o São Paulo, que também tirou Valdivia mais uma vez do time, a equipe conviveu com ameaças de protestos, críticas, cobranças e até desabafo interno.
Lucio, zagueiro da equipe que voltou nesta noite depois de ficar fora no último jogo por causa de suspensão automática por três cartões amarelos, reclamou de parte do elenco, demonstrando um racha que parecia não existir.
"Precisa de um pouco mais de caráter e dedicação dentro de campo. Futebol é coletivo, não adianta só metade correr e outra metade não correr", chegou a falar.
Para Gareca, então, os últimos dias foram ainda mais difíceis. Além de ter dito que estava "no limite" e admitindo que poderia deixar o alviverde, o treinador também sofre pressão de sua família para deixar o Brasil o mais rápido possível.
O resultado deve ter sido de alívio também para sua esposa Gladys, que acompanha constantemente os noticiários brasileiros e está assustada com a repercussão das derrotas do Palmeiras. Seus filhos, Robertino e Milton, também conversaram com o pai e chegaram a pedir para que voltasse no caso de mais uma derrota.
PALMEIRAS 1 X 0 CORITIBA
Local: estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 23 de agosto de 2014, sábado
Horário: 21 horas (de Brasília)
Árbitro: Marcos Andre Gomes da Penha (ES)
Assistentes: Fabiano da Silva Ramires e Vanderson Antonio Zanotti (ambos do ES)
Assistentes adicionais: Devarly Lira do Rosario e Felipe Duarte Varejão (ambos do ES)
Público: 20.522 torcedores
Cartões Amarelos: Tobio, Marcelo Oliveira, Leandro, Wendel, Gabriel Dias, Henrique (Palmeiras), Welinton, Baraka, Robinho e Zé Eduardo (Coritiba)
Cartão Vermelho: Leandro Almeida (Coritiba)
Gol: PALMEIRAS: Juninho, aos 13 minutos do primeiro tempo
PALMEIRAS: Fábio; Wendel (Gabriel Dias), Lúcio, Tobio e Juninho (Victor Luís); Marcelo Oliveira e Wesley; Mouche (Mendieta), Allione e Leandro; Henrique
Técnico: Ricardo Gareca
CORITIBA: Vanderlei, Reginaldo, Welinton, Leandro Almeida e Denner; Baraka, Hélder, José Rafael (Geraldo) (Elber) e Robinho; Zé Love e Keirrison (Luccas Claro)
Técnico: Celso Roth