Dentro da cadeia, ela é acusada de xingar funcionárias, incitar colegas de cela a colocar fogo em colchões e bater em outras presas e em inspetoras.
Condenada a 15 anos de prisão pela morte do amante – o empresário Fábio Gabriel Rodrigues, de 33 anos, num motel, em Niterói – Verônica Verone de Paiva, de 21, irá demorar mais tempo do que o previsto para conseguir passar do regime fechado para o semiaberto. Isso porque a jovem se envolveu em pelo menos nove confusões desde que foi presa, em maio de 2011. Dentro da cadeia, ela é acusada de xingar funcionárias, incitar colegas de cela a colocar fogo em colchões e bater em outras presas e em inspetoras.
No nome de Verônica há nove registros de ocorrência, oito deles na 34ª DP (Bangu). O primeiro é de 30 de julho de 2011. Como ela já havia “criado problemas”, foi colocada em isolamento no Presídio Nelson Hungria. No local, acusou uma inspetora de lesão corporal, afirmando que a tinha agredido com uma vassoura.
No dia 9 de setembro do mesmo ano, quando tomava banho de sol no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, na Frei Caneca, xingou funcionárias. Ela teria dito, segundo o registro: “Se me tirarem daqui, vão todos presos comigo”. Ao ser levada para a cela, teria incitado a colocarem fogo nos colchões e agredido inspetoras.
Em 20 de dezembro, ela agrediu duas outras presas. Em 23 de julho de 2012, 5 de janeiro e 21 de setembro do ano passado, ela também brigou com outras detentas.
Em 23 dezembro do mesmo ano, ela berrou dentro do presídio. Quando foi interpelada por uma inspetora, no pátio, a xingou e a ameaçou: “Sei onde você mora. Quando você entrar na cela, vou rasgar sua cara. Aqui, eu faço o que eu quero e nada me acontece”, narrou uma das supostas vítimas na delegacia.
Verônica terá semiaberto só em 2019
No dia 25 de abril deste ano, ela se queixou que estava sendo ameaçada de morte por outra interna. Na ida para a 34ª DP, ela disse que foi estuprada por inspetores dentro do “transporte”. No dia seguinte, foi levada novamente para a delegacia e, na volta para o presídio, deu chutes na virilha de uma inspetora, que foi levada para o Hospital Albert Schweitzer.
De acordo com a Vara de Execuções Penais (VEP), ela, que teria direito de ir do regime fechado para o semi-aberto em 2017, terá o benefício atrasado em dois anos, por ter cometido uma “falta grave em face da ocorrência de fuga”.
A mãe de Verônica, Elizabeth Verone, disse que a filha tem tido comportamento agressivo devido a falta de tratamento psiquiátrico. A Secretaria de Administração Penitenciário, no entanto, garantiu que ela “está recebendo o medicamento adequado e passa bem". Segundo o órgão, todas as unidades prisionais há ambulatórios para atendimentos dos internos e quando precisam de um tratamento específico, estes são encaminhados para um hospital de acordo com a sua necessidade.
Ainda segundo a Seap, as faltas cometidas por Verônica são objetos de análise de uma Comissão Técnica de Classificação. Atualmente, ela está presa na Penitenciária Talavera Bruce. O advogado Rodolfo Thompson, que defende Verônica Verone, informou apenas que há um processo de insanidade mental a ser julgado na VEP.