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Caso Franciellen: Acusada nega crime, mas confirma agressões

Em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (19), a jovem Vanessa Ingrid da Luz Souza, apontada como mandante do assassinato de Franciellen Rocha, de 18 anos, ocorrido na última quinta-feira, 14, negou qualquer envolvimento com a execução do crime. No entanto, confirmou discussão e agressão a vítima no dia do homicídio.

Priscylla Régia/Alagoas24Horas

Coletiva na sede da Polícia Civil sobre o Caso Franciellen

Em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (19), a jovem Vanessa Ingrid da Luz Souza, apontada como mandante do assassinato de Franciellen Rocha, de 18 anos, ocorrido na quinta-feira, 14, negou qualquer envolvimento com a execução do crime. No entanto, confirmou a discussão e agressão à vítima no dia do homicídio.

"Não matei e nem mandei matar ninguém. Ela foi para festa como todo mundo porque quis. Lá, houve uma discussão e trocamos tapas. Não houve tortura. Depois, ela saiu do apartamento junto com todo mundo, ‘de boa’", disse Vanessa Ingrid.

De acordo com informações dos delegados Cícero Lima (Delegacia de Homicídios), Carlos Alberto Reis (Departamento de Polícia Metropolitana) e Marcos Vinícius (Força Nacional), inicialmente o alvo de Vanessa Ingrid seria a própria amiga, Albertina dos Santos Castelo Branco, de 18 anos, que tinha supostamente se relacionado com o namorado da acusada, identificado como Genilson dos Santos, o Ninho.

"Uma semana antes do crime, Vanessa estava em São Paulo e lá descobriu que o Ninho se relacionava com outra pessoa. Já em Maceió, ela organizou a festa em seu apartamento, em Cruz das Almas e primeiro pensou que se tratava de Albertina. Ela torturou a amiga, que falou que a pessoa que teria um envolvimento amoroso com o Ninho seria Franciellen. Como elas se conheciam, Albertina ligou para vítima chamando-a para festa e ela foi com duas amigas. No local, teve início a sessão de tortura", contou o delegado Cícero Lima.

Ainda conforme dados da PC, Vanessa Ingrid era temida pelo grupo por ser responsável pela morte de outra jovem em 2011. Com isso, ela ‘obrigou’ os demais integrantes do grupo a participarem do crime.

"Já no apartamento de Vanessa, Franciellen passou a ser torturada. Ela teve o rosto queimado com cigarros pela Albertina Castelo Branco e sua irmã de 16 anos. Victor Uchoa Cavalcante, 20, Saulo Pacheco de Araújo, 22, e Thiago Handerson de Oliveira Santos, 25, também deram muitos socos na vítima. Durante o espancamento, ela teve o cabelo raspado. Além da irmã de Albertina, outros três menores participaram do crime e a jovem Nayara da Silva, de 20 anos", informou o delegado Cícero Lima.

Após as agressões, os acusados colocaram a vítima em um veículo e seguiram para o bairro da Serraria, onde atearam fogo em Franciellen ainda viva. “Eles pararam em um posto de combustível no Conjunto José Tenório, compraram cinco litros de gasolina e um fósforo. Depois, levaram a vitima a um local na Serraria e atearam fogo”, disse o delegado.

Durantes as buscas no apartamento de Vanessa, os peritos da Força Nacional encontraram um saco com cabelos, marcas de sangue e uma porção de pó branco. “Em análise do pó, descobrimos que se trata de cocaína. Com relação ao assassinato de Franciellen, há indícios de que a vítima estava grávida. Aguardaremos o resultado de um exame que deverá ser realizado pelos legistas do IML. Depois do laudo, saberemos se Vanessa responderá por homicídio ou duplo homicídio, devido ao feto”, disse o delegado Carlos Alberto Reis.

Vanessa Ingrid também seria proprietária de um site de divulgação de acompanhantes. Por conta disto, a polícia investigará o suposto envolvimento de menores com rede de prostituição.

Segundo a PC, ela planejava ainda a morte de uma cidadã identificada apenas por Ninha. A próxima vítima de Vanessa também teria se envolvido com Genilson dos Santos. "Ela chegou a falar que matava quem chegasse perto do órgão genital do namorado", informou o delegado Cícero Lima.