As “línguas negras” que causam poluição das praias foram um dos assuntos incluídos na agenda da reunião.
Dirigentes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) reuniram-se, nesta terça-feira (5), com representantes do setor hoteleiro de Maragogi e Japaratinga, oportunidade em que foram discutidos problemas relacionados a abastecimento de água e esgotamento sanitário desses dois municípios. As “línguas negras” que causam poluição das praias foram um dos assuntos incluídos na agenda da reunião.
Na ocasião, a diretora executiva da Ahmaja (Associação dos Hotéis e Pousadas de Maragogi e Japaratinga), Talita Pires, fez uma apresentação sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor hoteleiro em decorrência da escassez de água e dos problemas de esgoto e pediu, em nome da entidade, que a Casal ajudasse a montar um plano de trabalho com agenda de ações, com o que concordou o presidente da companhia Álvaro Menezes, presente à reunião. Ele sugeriu que a agenda contivesse prazos e responsáveis pelas ações e que estas não se estendessem além do próximo verão.
Técnicos ligados à Unidade de Negócio Leste, da Casal, que também participaram da reunião, mostraram como funciona o sistema de esgoto de Maragogi. Explicaram que nem toda a cidade está saneada e que as “línguas negras” são provenientes de ligações advindas dos locais onde não há rede de esgoto – os efluentes são jogados diretamente na rede de águas pluviais, o que acaba poluindo as praias.
O conjunto Adélia Lira, em Maragogi, foi um dos exemplos citados como área problemática. O sistema de esgoto existente no local, que não é operado pela Casal, tem falhas estruturais e operacionais. Há, ainda, muitos imóveis na cidade que não se interligaram à rede coletora de esgoto.
No caso de Japaratinga, que não possui sistema de esgotamento sanitário, há problemas de abastecimento de água porque a produção que advém de poços é insuficiente para o atendimento da demanda. A solução definitiva para esse problema, tanto em relação a Japaratinga quanto a Maragogi, é a adutora integrada, cuja execução está prevista para 2014, conforme revelou o presidente Álvaro Menezes, da Casal. Até lá, segundo ele, as soluções serão paliativas. Há, inclusive, um processo em tramitação na companhia para a contratação de uma empresa com a finalidade de apresentar alternativas de solução para as deficiências no abastecimento dessas duas cidades.
Todas essas questões, bem como sugestões de solução, farão parte do plano que a Ahmaja fará com o apoio da Casal. O objetivo é conseguir recursos para projetos e execução das obras, tanto as de curto quanto as de médio e longo prazos, já que a Casal não dispõe do suporte financeiro para as obras de grande porte. Os recursos para os projetos e obras, de acordo com o presidente Álvaro Menezes, da Casal, poderiam ser conseguidos junto ao Ministério do Turismo e até mesmo ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que possuem linhas de crédito para essa finalidade. Na avaliação de Talita Pires, da Ahmaja, o esforço conjunto é fundamental nesse processo de busca de soluções.
Ainda durante a reunião ficou definido que serão realizados novos encontros com a participação de representantes das prefeituras, do setor hoteleiro e da Casal, para confecção da agenda de ações e encaminhamento e acompanhamento das demandas. Ainda neste mês, mais precisamente no dia 15, o engenheiro Custódio Davim, da Casal, fará uma apresentação sobre os planos de saneamento elaborados pela companhia para as cidades litorâneas.