A data é sempre lembrada todos os anos, desde 1996, quando 21 trabalhadores rurais foram executados pela ação da Polícia Militar do Pará, durante marcha de protesto interrompida na famosa “curva do S”, próximo a Marabá.
Na passagem do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, neste 17 de abril, os movimentos de luta pelo direito ao acesso à terra organizados de Alagoas realizam uma marcha no município de Atalaia (distante 45 km de Maceió). A data é sempre lembrada todos os anos, desde 1996, quando 21 trabalhadores rurais foram executados pela ação da Polícia Militar do Pará, durante marcha de protesto interrompida na famosa “curva do S”, próximo a Marabá.
A mobilização em meio à memória do Massacre de Eldorado dos Carajás reúne trabalhadores Sem Terra das cinco regiões de Alagoas, empenhados em proclamar um basta à violência no meio rural e a impunidade de assassinos e mandantes de assassinatos de camponeses. A marcha está prevista para às 9h, percorrendo as ruas da cidade até o Fórum de Justiça, que abriga processos envolvendo crimes ligados à disputa pela terra na região.
Em memória ao Massacre, a BR-316 fica bloqueada por 21 minutos. Aliada a organizações da cidade, a mobilização segue em carreata para a capital Maceió, com chegada prevista ao meio-dia na praça Sinimbu.
No período da tarde, está prevista uma caminhada até o Tribunal de Justiça (TJ-AL), onde as famílias iniciam uma vigília em memória às vítimas de violência e impunidade no campo e na cidade.
A cidade de Atalaia, na Zona da Mata alagoana, é marcada pela violência do latifúndio, amparado no poder público local, contra trabalhadores rurais. Esta terra já viu tombar diversas lideranças que ousaram se contrapor ao poderio dos coronéis e lutaram para vê-la dividida e nas mãos de quem realmente trabalha para alimentar os lares no campo e na cidade. Em 1995 foi executado Chico do Sindicato, em 2000, José Elenilson e, mais recentemente, em 2005, foi assassinado Jaelson Melquíades, da Direção Estadual do MST.
Durante todo o mês, a Jornada de Lutas de Abril leva à sociedade e ao Estado brasileiro as demandas por uma Reforma Agrária Popular.
Trabalhadores organizados em todo país denunciam a paralisia pela qual passa a política agrária no Brasil, sob o Governo Dilma, com interrupção da criação de assentamentos e estrutura precária da assistência aos já beneficiados (assentados). As organizações também atentam, como no caso de Atalaia, para o envolvimento do Poder Judiciário nesta paralisia.
Participam da Jornada em Alagoas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, bem como sindicatos urbanos e centrais sindicais.