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Açúcar ou mel: como adoçar os alimentos dos bebês?

Os sucos devem ser adoçados com o mínimo de açúcar possível e quando realmente for necessário. O mel não deve ser usado.

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Açúcar ou mel: como adoçar os alimentos dos bebês?

Após um longo período alimentando-se apenas de leite materno ou fórmula artificial, o bebê passa por uma grande mudança na alimentação, quando são incorporados em seu cardápio as papinhas e sucos. Algumas frutas são naturalmente doces, outras, porém, são ácidas e azedas. O NE10 conversou com profissionais da área para saber a melhor maneira de adoçar o alimento dos bebês.

A introdução de alimentos à dieta das crianças pequenas deve ser gradual, tanto as frutas como os sucos e papinhas, "oferecendo um alimento por vez para testar a aceitação da criança e observar a reação do organismo dela àquele alimento", esclarece a nutricionista, Silvana Frade Galvão. Sucos de laranja mimo, melancia, maçã e melão, normalmente, são os primeiros a serem oferecidos, assim como banana amassada ou maçã e pera raspadinhas. "Frutas mais ácidas e alergênicas devem ser iniciadas mais tardiamente. Limão, kiwi, abacate e morango, aos 12 meses", explica a médica endocrinologista pediatra do Imip, Ana Carla Neves.

Os alimentos devem ser adoçados quando for realmente necessário, caso a criança rejeite o suco de determinadas frutas mais ácidas, como acerola, laranja pera, limão ou caju. Ainda assim, deve-se usar o mínimo de aç[ucar possível. "Quando necessitar de açúcar pode utilizar o da cana", aconselha a pediatra. A nutricionista acrescenta que o mel de abelha deve ser evitado até os 12 meses e o adoçante não deve ser utilizado.

O botulismo é uma intoxicação alimentar que atinge o sistema nervoso e pode causar tremores, moleza no corpo e falta de apetite. Em casos mais graves, há o risco de insuficiência respiratória e de complicações neurológicas.

Apesar de rico em nutrientes, o mel de abelha não é indicado para bebês menores de um ano, pois pode conter a bactéria Clostridium botulinium, causadora do botulismo, que é resistente ao processamento industrial. Antes de 12 meses, a criança não apresenta a imunidade para microrganismos patogênicos como este. De acordo com o Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica, a doença é responsável por 5% das mortes súbitas em crianças menores de um ano de idade.

DICAS
– Oferecer uma fruta por vez
– Evitar misturar com o leite
– Se necessário, adoçar com açúcar
– Não utilizar mel de abelha
– Amassar ou raspar as frutas, não usar liquidificador
– Evitar misturar as frutas para observar alguma intolerância ou alergia
– Se a criança não aceitar na 1ª tentativa, tentar novamente dias depois
– Não forçar a criança a comer

Enquanto algumas crianças têm boa aceitação aos novos sabores e à nova forma de alimentar-se (copinho, colher ou mamadeira), muitas simplesmente não aceitam a novidade. Para tornar a hora da refeição um momento prazeroso e cheio de descobertas, é importante que os pais tenham paciência para alimentar o filho no ritmo dele e criatividade para oferecer alimentos nutritivos e variados.

PREJUÍZOS – O açúcar deve ser evitado para os bebês, pois a curto prazo pode prejudicar a dentição, provocando cáries, principalmente se a boca não for higienizada corretamente. Em excesso e a longo prazo, o açúcar favorece a obesidade e a diabetes (caso haja histórico familiar). Os adultos devem evitar oferecer doces, chocolates, balas e refrigerantes às crianças, estimulando-lhes uma alimentação mais saudável à base de frutas e legumes.

CUIDADOS COM A PREPARAÇÃO – A preparação dos sucos deve ser seguida de alguns cuidados: selecionar as melhores frutas, lavar cada item em água corrente, secar com um pano de prato limpo, raspar ou descascar com utensílios limpos e esterilizados: faca, colher, copo, peneira, coador, jarra. Esse cuidado deve ser tomado até a criança completar um ano de vida.

LEITE MATERNO – A pediatra Ana Carla Neves alerta que o bebê deve permanecer em aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, só a partir de então deve iniciar o consumo de frutas e sucos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. "É importante ressaltar que os menores de seis meses que não estiverem em aleitamento materno exclusivo devem utilizar o leite modificado específico para sua faixa etária e nunca o leite de vaca até o primeiro ano de vida completo", acrescenta.

Apesar de a maioria dos pediatras defenderem que apenas a partir dos seis meses a criança deve ingerir novos alimentos, já a partir dos quatro, o bebê passa a deglutir de forma a ser possível a ingestão de alimentos mais sólidos, e é nesta fase que a criança está apta a experimentar novos sabores e texturas.