Jornada aconteceu em Maceió.
No decorrer de dois dias, Alagoas foi palco da discussão dos movimentos sociais – urbanos e campesinos – e da Igreja Católica sobre “Do Estado que temos ao Estado que queremos” dentro da 5ª Semana Social Brasileira. Para o encontro foi convidado o militante social, preso político, escritor e membro da Teologia da Libertação, Frei Betto, além do vice-presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Tutmés Airan, e o professor da Ufal, Sávio de Almeida.
As Semanas Sociais são parte da ação evangelizadora da igreja em muitos países. Em Alagoas, estiveram na construção as pastorais sociais da Arquidiocese da Maceió, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Fazendo alusão ao tema do encontro, Josival Oliveira, da organização da mobilização, destacou ao Alagoas24horas que a atividade é uma demostração da união das pautas entre os movimentos sociais do campo e da cidade sobre uma forma de dialogar sobre o ‘Estado que temos e o Estado que queremos’.
Por quase duas horas, Frei Betto dialogou com os presentes sobre o processo da construção política do Estado, baseando-se em um livro, recém-lançado, do atual líder da Igreja Católica, Papa Francisco I, à época do lançamento, cardeal Bergoglio. O diálogo ocorreu na última quarta-feira (24) no auditório repleto de intelectuais, trabalhadores do campo e da cidade e um sem número de religiosos.
Rodrigo Santana se deslocou do grande Recife para a capital alagoana para acompanhar o dialogo e registrar, o que segundo ele, é um ícone da luta pela democracia brasileira. “A teologia da libertação foi perseguida principalmente quando a igreja abençoava a ditadura, Frei Betto, Dom Helder Câmara, Leonardo Boff e outros foram de encontro ao processo histórico natural da igreja e mostrou que uma sociedade igualitária e justa é possível sem sair dela (a igreja)”, defendeu.
Já na noite desta quinta-feira (25) foi à vez dos trabalhadores e participantes dialogarem com um representante da justiça do Estado e com um professor da Universidade Federal de Alagoas. A discussão ocorreu no auditório da Pinacoteca da UFAL, na Praça Visconde de Sinimbú, Centro de Maceió.
Encerrando as atividades da Semana Social Brasileira, os participantes juntamente com os movimentos sociais urbanos e campesinos percorrerão as ruas do Centro de Maceió. A concentração está prevista para as 14h na Praça Deodoro.