A sede da Federação dos Pescadores do Vergel do Lago, localizada na orla lagunar da capital, reuniu representantes dos governos federal e estadual e de colônias de pescadores na tarde desta segunda-feira, 20, para discutir a contaminação da tilápia na Lagoa Manguaba.
Desde a descoberta, na semana passada, que os peixes estavam contaminados com a bactéria Aeromonas – que provoca ulcerações e morte nos animais e prejudica os seres humanos -, os pescadores estão apreensivos, já que a tilápia representa 60% do pescado local.
A presidente da Federação dos Pescadores de Alagoas, Eliane Morais, disse que o problema está afetando cerca de 15 mil pescadores no complexo Mundaú-Manguaba. “Toda época de chuvas enfrentamos a mortandade dos peixes devido à poluição. Isso nunca foi resolvido. Para resolver o problema falta interesse”, desabafou.
Eliane acrescentou que os pescadores também não sabem o que fazer com o estoque de cinco toneladas de tilápias: "Os peixes comercializados não estão contaminados, mas mesmo assim os consumidores estão evitando a compra".
Presentes ao encontro, representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura, informaram que será feita a coleta dos peixes afetados e as amostras serão enviadas para a Universidade Federal de Minas Gerais para confirmar a contaminação. Ainda não há prazo para o resultado das análises.
Manoel Sampaio, superintendente de Desenvolvimento da Secretaria Estadual da Pesca, destacou que existe um projeto para o monitoramento das lagoas – orçado em R$ 500 mil por lagoa – que ainda depende da liberação de recursos do Ministério da Pesca.
O superintendente federal da Pesca em Alagoas, Galba Novaes, que participou do encontro nesta segunda-feira, reforçou o anúncio feito na quinta-feira passada, 16, durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Pilar, de que solicitou ao ministro da Pesca, Marcelo Crivella, como medidas emergenciais, a doação de cestas básicas às famílias atingidas e a inclusão de pescadores da Lagoa Manguaba como beneficiários de um seguro especial.