Apenas 2% dos alagoanos são doadores de sangue voluntários

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Apenas 2% dos 3,1 milhões de alagoanos com idade entre 16 e 65 anos de idade doam sangue regularmente, segundo constatação realizada pelos Hemocentros de Alagoas e Regional de Arapiraca (Hemoar) nesta sexta-feira (14), Dia Mundial do Doador Voluntário de Sangue. Daí porque, a explicação para que as duas instituições realizem campanha em datas comemorativas e antes dos feriadões, visando estabilizar os estoques de hemocomponentes, para atender os hospitais e maternidades do Estado.

Isso porque, o percentual pequeno de doadores de sangue em Alagoas, leva um número de voluntários que não ultrapassa 50 doações diárias nos dois hemocentros públicos do Estado, quando seriam necessárias no mínimo 100. Com isso, segundo a diretora do Hemoal, Verônica Guedes, não seria necessário realizar campanhas constantes, a exemplo da que acontece desta sexta-feira (14) até 21 deste mês, e nem recorrer a alternativas extremas, como ocorreu em maio deste ano, quando o Hemoal importou 70 bolsas de sangue do Hemocentro de Pernambuco (Hemope).

Diante do número reduzido dos alagoanos de doadores de sangue fidelizados, a direção da Hemorrede Pública de Alagoas adota estratégias para facilitar o acesso à doação de sangue. Uma realidade que se deve ao fato de a legislação brasileira não permitir que o doador de sangue seja recompensado financeiramente pela doação realizada, segundo especifica a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 1.353, criada pelo Ministério da Saúde (MS).

“Não podemos pagar pelo sangue, pois a doação deve ser um gesto voluntário, solidário, de alguém que se dispõe a ajudar o próximo sem receber nada em troca. O que fazemos é servir um lanche, para alimentar o doador e hidratá-lo, além de doarmos um brinde, durante as campanhas, como forma de divulgar o Hemoal e Hemoar”, explica a diretora.

Ela salienta que, além de trabalhar para que os voluntários realizem suas doações com agilidade, eficiência e conforto, os dois hemocentros públicos de Alagoas também investem nas coletas externas e nas redes sociais para captar novos doadores, principalmente os jovens. “Temos duas unidades móveis, que são ônibus equipados com todo o aparato necessário para realizarmos a captação de sangue, sempre de forma segura, como determina a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, assegura.

Falta de tempo – Esta medida, enfatiza Verônica Guedes, é realizada para ajudar os alagoanos que afirmam não dispõem de tempo para doar sangue. “Em parceria com empresas, escolas, associações e igrejas, realizamos gincanas e percorremos todos os bairros de Maceió, além dos 102 municípios. Com isso, não há desculpa para realizar a doação de sangue, a menos que se esteja doente, não tenha entre 16 e 65 anos e peso igual ou superior a 50 kg”, explica Verônica Guedes.

Com relação àqueles que temem contrair alguma doença durante o processo de doação, a diretora da Hemorrede Pública de Alagoas assegura que não há esse risco, já que o Hemoal e Hemoar seguem rígidos padrões de qualidade, especificados pela Anvisa. Isso significa que as agulhas, luvas e as lancetas – utilizadas para verificar se o voluntário está com anemia –, são totalmente descartáveis e, portanto, também resguardam a saúde dos auxiliares e técnicos de enfermagem, responsáveis pela coleta do sangue.

Doador fidelizado – Entre os 2% dos alagoanos que são doadores fidelizados de sangue, está o arapiraquense José Batista da Silva, 48 anos, que é operador de máquinas e há 22 anos comparece regularmente ao Hemoal e Hemoar. “Confesso que comecei a doar sangue depois que meu irmão precisou. Naquele momento entendi a importância do sangue, aprendi com a dor e depois disso nunca mais deixei de fazer minha doação voluntária”.

Em caso de dúvidas ou para obter mais informações, o voluntário pode obter mais detalhes por meio dos telefones (82) 3315- 2109 (Hemoal) e (82) 3521 4934 (Hemoar), além de acessar o www.saude.al.gov.br/hemoal ou o twitter e facebook dos dois hemocentros. É possível se informar, ainda, através dos e-mails hemoal@saude.al.gov.br e hemoar@saude.al.gov.br .

“Muitas pessoas dizem que têm medo de doar, mas o sangue é um remédio que salva vidas, não se vende em farmácia e não é fabricado artificialmente. Em casos de acidentes graves e anemias, por exemplo, ele faz toda a diferença entre a vida e a morte do paciente”, salienta Verônica Guedes, que é hematologista, especialidade da Medicina que trata das doenças do sangue.

Critérios para doação – Além de estar em perfeito estado de saúde e portando um documento de identificação com foto, o candidato deve comprovar que possui no mínimo 16 anos de idade e peso igual ou superior a 50 kg. Estarão impossibilitados de doar àqueles que não preencham estes pré-requisitos e sejam portadores do vírus HIV ou que já foram acometidos por sífilis, Chagas e, após os dez anos de idade, tenham contraído hepatite.

Já quanto às mulheres, não é permitida a doação para àquelas que estejam grávidas ou amamentado. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o candidato à doação deve comparecer ao Hemoal ou ao Hemoar bem alimentado. No caso dos menores de 18 anos, é necessário estar acompanhado dos pais ou portando um documento de identificação oficial e original dos responsáveis, além de uma autorização formal, cujo formulário pode ser baixado no site www.saude.al.gov.br/hemoal .

Endereços para doação – o Hemoal Trapiche funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados, das 8h até 12h. Se preferir, os voluntários podem se deslocar até o Hemoal Farol, localizado no Hospital do Açúcar, que atende de segunda a sexta-feira, no horário das 8h até 11h. No interior, as doações podem ser realizadas no Hemoar, que funciona na Rua Geraldo Barbosa, no Centro de Arapiraca, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.

Fonte: Sesau

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