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Felipão: ‘Em 2002 era fácil porque era fora do Brasil. Aqui é um inferno’

Técnico fica na bronca por não ter a Granja Comary, lamenta imposição

Mowa Press

Felipão reclamou de não ter a Granja Comary

Ser o anfitrião de uma Copa das Confederações e de uma Copa do Mundo tem seus lados positivos e negativos. É assim que pensa o técnico Luiz Felipe Scolari. O comandante da seleção brasileira gostou do carinho da torcida, seja em Goiânia, Brasília ou Fortaleza. No entanto, Felipão ficou na bronca com uma série de obstáculos, como o assédio excessivo dos fãs, a falta de uma casa fixa para realizar os treinos e as imposições da Fifa.

– Em 2002 era fácil porque era fora do Brasil. Aqui é um inferno. O grande problema do Brasil na Copa do Mundo é que a Copa é no Brasil. Era muito mais fácil jogar lá fora – disse o treinador, em participação no programa "Bem, Amigos!".

A ausência de um local próprio para fazer os treinos que antecederam a Copa das Confederações foi um dos pontos mais criticados por Felipão. A Granja Comary, em Teresópolis-RJ, onde a Seleção costumava realizar suas concentrações, está em reforma e só ficará pronta para a Copa do Mundo do ano que vem. Por isso, o técnico se viu obrigado a seguir regras de hotéis e centros de treinamentos.

– Está faltando uma casa. O presidente (da CBF, José Maria Marin) se comprometeu a resolver isso. Fomos à Granja Comary e está tudo derrubado. Agora é reconstrução até o fim do ano, no máximo fevereiro, porque lá é a nossa casa, onde nós podemos fazer treinos pela manhã, à tarde ou à noite e abrir para a imprensa. Quando temos nossa casa, não tem melindres – disse o técnico.

Os treinos, que eram abertos à imprensa na campanha 2012, passaram a ter restrições, inclusive para a presença de torcedores. Felipão explicou que a mudança foi uma imposição da Fifa e do COL (Comitê Organizador Local).

– O público pensa que são os componentes da Seleção que fecham o treino. Não é verdade. Somos muitas vezes obrigados a fechar o treino. A Fifa exige, o COL exige. Gosto de liberar nas vésperas de jogos para todos, porque acho absurdo assistir só à roda de bobinhos dos 15 minutos inicias. Às vezes tem campeões do mundo assistindo ao treino e eles vão embora aos 15 minutos? Claro que algumas cobranças que não dá para fazer na frente de vocês (da imprensa), que não dá para falar ao jogador meu querido, tem que mandar pros infernos mesmo – disse Felipão, para em seguida completar.

– Pedimos à Fifa para mudar isso para 2014. Queremos que o treinador escolha se quer abrir no começo ou no final do treino. Nós preferimos no final, para o torcedor ver o trabalho que está sendo feito – completou Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da Seleção.

A dupla de comandantes contou que os jogadores se arrepiaram com o carinho da torcida cearense. O goleiro Julio Cesar chegou até a pedir para que fosse retirada a película dos vidros do ônibus da seleção, que impede que os fãs enxerguem o que se passa dentro. No entanto, Felipão também aponta o lado negativo do assédio.

– É bom jogar com a torcida. Vimos isso no treino desta segunda. Só que na saída do hotel tem mil pessoas, como pode passar sem parar? E se parar fica uma hora. São coisas que não podem ocorrer na Copa. São muitas pessoas. Não podemos assumir um compromisso. O Lucas me pediu para tirar a camisa e dar à torcida. Eu disse não, porque se ele vai lá, atira a camisa e dá uma confusão e alguém cai e se machuca, nós somos os responsáveis – finalizou o treinador.

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