Diretor, que tinha 76 anos, foi responsável por um dos episódios do clássico “Cinco vezes favela”, de 1962.
O cineasta Miguel Borges, um dos diretores de "Cinco vezes favela" (1962), morreu ontem, dia 17 de junho, aos 76 anos. Nascido no município de Picos, no Piauí, Borges estava vivendo em São Lourenço, Minas Gerais, desde 1997, onde editava a revista "2016", da Sociedade Brasileira de Eubiose.
Segundo Maria Elisa Garcia, mulher do cineasta há 29 anos, Borges estava em casa, quando se sentiu mal por problemas respiratórios. O corpo foi enterrado nesta terça-feira, em São Lourenço.
— Meu gordinho não tinha idade para morrer. E ele estava muito feliz – diz Maria Elisa. – Nós nos conhecemos na Banda de Ipanema, em 1984. E desde que viemos para cá moramos juntos.
Borges foi o diretor do episódio "Zé da Cachorra", um dos cinco que compôs "Cinco vezes favela", um dos marcos do cinema brasileiro. Dos outros diretores do filme (Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman e Marcos Farias), apenas Cacá está vivo.
Além de "Cinco vezes favela", Borges fez cerca de dez outros longas-metragens, entre eles "O caso Cláudia" (1979) e "Maria Bonita, rainha do Cangaço" (1968). Ele deixou um filho.