Segundo o governo do estado, foram investidos R$ 728 milhões para a construção de 17.717 unidades habitacionais em todos o Estado, ao custo unitário de R$ 41 mil.
O deputado João Henrique Caldas (PTN) se pronunciou na sessão de ontem (18) sobre os três anos da enchente que atingiu vários municípios alagoanos e deixou dezenas de mortos e milhares de desabrigados. Horas antes, o coordenador do Programa da Reconstrução, o vice-governador José Thomaz Nonô, havia feito um balanço do programa, destacando que o principal entrave à entrega das casas era a burocracia entre os municípios e a Caixa Econômica Federal.
Na sessão de ontem, no entanto, JHC traçou um panorama mais sombrio das famílias que ocupam as unidades habitacionais e informou a existência de milícias em vários municípios.
O parlamentar lamentou que algumas famílias ainda estejam vivendo em condições subumanas e mais uma vez destacou a falta de preocupação dos gestores com o caráter social nos empreendimentos, que, segundo ele, não podem apenas oferecer estrutura física, mas condições dignas de vida. JHC alertou que os conjuntos precisam de escolas, postos de saúde, áreas de lazer e transporte para seus moradores.
“Em São José da Laje, por exemplo, o posto de saúde foi construído a quilômetros das casas, o que é inadmissível. Não existem opções de transporte, o morador tem de pagar R$ 7 para cruzar a cidade, o que obviamente onera demais seu orçamento familiar. Esse tipo de situação, definitivamente, não pode continuar”, disse JHC.
Outra situação denunciada por JHC foi a existência de milícias em conjuntos habitacionais do Programa da Reconstrução. Segundo o deputado, muitas pessoas que não estão pagando os R$ 10 ou R$ 15 cobrados pela segurança paralela estão sofrendo retaliações, como o caso de um aposentado que foi atacado a pauladas na sala de estar da sua casa.
“O Programa da Reconstrução ainda tem muito o que fazer. Sabemos que as casas estão sendo entregues, mas sem o mínimo de habitabilidade. Onde estão as escolas, os postos de saúde, as creches?”, questionou.
Segundo o governo do estado, foram investidos R$ 728 milhões para a construção de 17.717 unidades habitacionais em todos o Estado, ao custo unitário de R$ 41 mil.