A seleção brasileira começou a vencer o México pela segunda rodada do grupo A da Copa das Confederações no Hino Nacional. Em um momento especial do País, com protestos por melhorias em todas as áreas, confrontos entre manifestantes e policiais, o time que representa a nação se perfilou no gramado do Castelão como se ali, ao som do hino, eles fossem parte dos grupos que foram para as ruas do país pedindo por um Brasil melhor.
O clima era favorável, a torcida de Fortaleza com faixas de protesto dentro do estádio fazia sua parte e o resultado de um time que passa por reconstrução, como o povo que representam, foi de vitória. Apenas uma no caminho até a conquista mais importante, em julho de 2014. O mesmo espera o povo que foi às ruas às arquibancadas do Castelão.
Logo aos nove minutos, com gol de Neymar – outro golaço, como o marcado contra o Japão na estreia da competição – o time de Luiz Felipe Scolari venceu 2 a 0 (Jô marcou nos acréscimos após jogada incrível de Neymar). O resultado pode garantir a classificação brasileira às semifinais da Copa das Confederações desde que o Japão não vença a Itália. O jogo começa às 19h desta quarta-feira em Recife.
O mais importante jogador de futebol do País no momento se posicionou favorável às manifestações antes da partida. Disse que faria em campo sua parte. “A única forma que tenho de representar e defender o Brasil é dentro de campo, jogando bola. E a partir deste jogo, contra o México, entro em campo inspirado por essa mobilização”, disse Neymar.
Ele estava de fato inspirado. Foi mais uma vez o nome da partida para a seleção brasileira. Mas o resto do time não conseguiu acompanhar seu ritmo. A torcida de Fortaleza reconheceu seu ídolo “Uh terror o Neymar é matador”.
O Brasil começou bem a partida, pressionando o México, mas na metade final da primeira etapa os mexicanos reagiram. Mesmo criando poucas oportunidades de gol, soube plantar o Brasil no campo de defesa e dificultou a saída da seleção de Felipão, que contou com atuação pouco inspirada de Paulinho e Oscar.
O México estava melhor no final do primeiro tempo e continuou assim no início do segundo. Talvez empurrados pelos muitos os mexicanos que estiveram na Arena Castelão. A presença maciça de torcedores do México pôde ser percebida quando Julio Cesar cobrava tiros de meta e o tradicional grito das arquibancadas do país asteca para o goleiro rival era ouvido. “Puuuto” era o que gritavam.
Felipão não gostava do que via e trocou aos 20 minutos. Oscar, que muito tímido, e visivelmente cansado, deu lugar a Hernanes. O público de Fortaleza, como o de Brasília, contra o Japão, no Rio, contra a Inglaterra, e de Porto Alegre, contra a França, pediu por Lucas, xodó desta geração. O técnico, que avisara na semana que quanto mais pedissem, menos chance teriam de ver o ídolo. Mas ele deu o braço a torcer e sacou Hulk aos 33 minutos.
Até ali, o México pressionava mais que o Brasil. A defesa brasileira, não vazada nos jogos contra França e Japão, se segurava. Algoz brasileiro em Londres em 2012 e com retrospecto mais vitorioso nos últimos 10 anos, o México pressionou até o fim, mas não conseguiu furar o gol de Julio Cesar. A torcida brasileira, com a seleção mexicana engasgada, cantou “Eliminado”, para os rivais.
Neymar ainda teve tempo de garantir uma vitória mais tranquila em lance mágico nos acréscimos do segundo tempo. Passou por dois marcadores na entrada da área e cruzou para Jô, que entrara no lugar de Fred, marcar 2 a 0.
Em campo, a festa estava garantida. Fora dele, a seleção pode seguir sendo a voz do povo.
FICHA TÉCNICA – BRASIL 2 x 0 MÉXICO
Data: 19 de junho de 2013 (quarta-feira)
Local: Estádio Castelão, em Fortaleza
Horário: 16h (de Brasília)
Cartões amarelos: Thiago Silva (BRA); Guardado e Herrera (MEX)
Gols: Neymar aos 9 minutos do 1º tempo. Jô aos 47 do 2º tempo
Árbitro: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ambos da Inglaterra)
BRASIL : Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar (Hernanes); Neymar, Hulk (Lucas) e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari
MÉXICO: Corona; Salcido, Moreno, Rodríguez e Flores (Herrera); Torrado (Jimenez), Mier, Torres (Barrera), Guardado e Giovani dos Santos; Chicharito Hernández. Técnico: José Manuel de la Torre