Comitê define políticas para moradores de rua; ‘esmola é perigosa’ diz promotor

O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), afirmou que cerca de 300 pessoas moram, atualmente, nas ruas da capital alagoana. O número, que seria flutuante, foi repassado na manhã desta quinta, 20, durante a reativação do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua que pretende fazer um diagnóstico sobre a população de rua e auxilia nas políticas públicas para resolver o problema.

O comitê, formado por representantes do poder público municipal e da sociedade civil, deverá traçar um diagnóstico sobre a situação da população em situação de rua e traçar ações para contribuir com a política pública de assistência social para alterar o quadro atual em Maceió.

Para o promotor de Justiça Flávio Gomes, da Promotoria de Direitos Humanos, a população também deve se engajar nas ações para a retirada desta população das ruas, uma vez que a sociedade promove os meios para que muitos permaneçam nas ruas. “Geralmente a droga e o álcool levam estas pessoas para rua, assim como doenças mentais e a falta de convívio familiar, mas elas permanecem nas ruas porque encontram condições necessárias para continuar lá”, disse o promotor.

Ainda segundo Gomes, a esmola é considerada uma condição altamente perigosa, seja ela qual for. “Qualquer centavo por se transformar em ouro na mão de um morador de rua”, destacou Flávio Gomes.

O promotor destacou ainda que a grande quantidade de pessoas morando nas ruas é uma realidade nacional, principalmente das capitais, uma vez que as pessoas migram para os grandes centros urbanos. E que com o Comitê, o Governo do Estado deverá ser obrigado a acompanhar esta nova população.

A secretária de Assistência Social de Maceió, Juliana Vergetti, destacou que atualmente há três equipes trabalhando com o acompanhamento de população em situação de rua e que estará ampliando as equipes em mais quatro. As equipes do município fazem a identificação destas famílias, tentam reinseri-las no vínculo familiar e promover meios para que saiam da atual condição.

O prefeito Rui Palmeira destacou que vem sendo adotadas políticas públicas para dar melhores condições de vida para as pessoas que estão morando nas ruas, entre elas a entrega de casas populares. “Nós realizamos o cadastro destas famílias e algumas das casas que estão sendo construídas serão destinadas para a população em situação de rua. A Habitação e Assistência Social estão trabalhando de forma integrada para dar melhores condições a estas famílias”, enfatizou.