Sesau distribui 375 mil frascos de hipoclorito para 24 municípios de AL
Para frear o aumento dos casos de diarreia em Alagoas, que segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica já chegam a 54.789, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) iniciou a distribuição de 375 mil frascos de hipoclorito de sódio. O produto, que é desinfetante e, por isso, recomendado para purificar a água destinada ao consumo humano, tem o objetivo de evitar que mais municípios enfrentem uma epidemia da diarreia, como vem acontecendo em 24 das 102 cidades.
Com a medida, a Sesau em adotado uma estratégia para tratar a água que é proveniente de fontes alternativas e está sendo consumida pela população. Isso porque, mesmo que a água fornecida pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) esteja própria para consumo humano, segundo atestaram exames realizados pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), grande parte dos alagoanos ainda utiliza água proveniente de poços e cisternas.
De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira, duas gotinhas de hipoclorito de sódio são suficientes para tratar um 1 litro de água, que deve ser utilizado minutos após a introdução do produto. A diretora de Vigilância Epidemiológica recomenda, ainda, que a água proveniente de cisternas e poços também recebe o produto ou, venha a ser fervida. Isso porque, ele pode sofrer ação do lençol freático, contaminado pelos dejetos de fossas, em decorrência da falta de saneamento básico, que afeta diversos municípios.
“Além de termos iniciado a distribuição de hipoclorito de sódio, estamos realizando o monitoramento das ações de prevenção e tratamento dos pacientes junto às Secretarias Municipais de Saúde. Já detectamos que grande parte dos casos de diarreia está ocorrendo em decorrência de bactérias, vírus e parasitas. Por isso, é importante que a população adote medidas simples de higiene, como cuidar da água, além de lavar as mãos e os alimentos, colocando hipoclorito se a água não for tratada”, recomenda Cleide Moreira.
Aumento dos casos – De acordo com os dados da Sesau, esse ano os casos de diarreia aumentaram 58% em Alagoas. Isso porque, de janeiro até a primeira quinzena de junho deste ano, foram registrados 34.119 casos da doença, contra 34.119 de 2012. “Esse percentual mostra que está ocorrendo uma média semanal de 2.246 novos casos de diarreia. Por isso, além dos 24 municípios em situação epidêmica, 40 estão em alerta e os demais estão sob controle”, informa a diretora de Vigilância Epidemiológica.
Em Alagoas, os municípios em epidemia de diarreia são Água Branca (345 casos), Arapiraca (2.725), Batalha (397), Cacimbinhas (792), Canapi (851), Craíbas (940), Estrela de Alagoas (356), Girau do Ponciano (1.136), Igaci (779), Major Izidoro (1.031), Maragogi (1.005), Maravilha (320), Mata Grande (267), Minador do Negrão (361) e Olho d’Água das Flores (380). Ainda segundo o órgão, Olivença também está em epidemia com 360 casos, seguido de Palmeira dos Índios (5.377), Pariconha (149), Poço das Trincheiras (351), Quebrangulo (709), Santana do Ipanema (1.094), São José da Tapera (319), Taquarana (941) e Traipu com 69 casos.
A doença – A diarreia é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue, podendo ser acompanhada de náusea, vômitos, febre e dor abdominal, com duração de 2 a 14 dias.
“A transmissão da diarreia, que somente este ano já fez nove vítimas fatais em Alagoas, pode ser oral ou fecal-oral. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição. Por isso, é importante redobrar os cuidados com a higiene pessoal, dos alimentos e principalmente com a água utilizada para beber, lavar os alimentos e cozinhar”, evidencia Cleide Moreira.
Tratamento – Ela recomenda que, no caso de sentir os sintomas da diarreia, o paciente deve imediatamente iniciar o processo de hidratação oral, que pode ser realizado por meio do soro caseiro, sais de reidratação, sucos e chás. Caso os sintomas não cessem, ainda de acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica, as vítimas de saúde devem procurar uma unidade básica de saúde, para receber o tratamento adequado, preconizado pelo Ministério da Saúde.