Nada de carros de som, megafones, ou convocações para assembleias. As manifestações na era digital saíram das redes sociais para as ruas. Milhares de pessoas estão trocando experiências e acertando detalhes de protestos pelo computador e pelo celular.
Os manifestantes de Maceió, por exemplo, utilizam alguns perfis no Facebook para mobilizar a população. Num deles, “Ato Contra O Aumento Da Passagem Em Maceió #revoltadobusão”, há informações sobre cronograma de atividades, escolhas de frases para cartazes, temas a serem abordados durante a manifestação e até guias para manifestantes.
Nos perfis é possível perceber que todas as questões a serem decididas são postas em votação. No protesto de hoje o grupo decidiu criticar a PEC 33 e a PEC 37, o deputado Marco Feliciano, o aumento da passagem, a corrupção e o coronelismo em Alagoas, e também estão pedindo mais investimentos nos serviços essenciais do Estado: Saúde, Educação e Segurança.
Os manifestantes estão seguindo algumas orientações de grupos de outras partes do país, como uma ideia baseada nas manifestações na Argentina. Caso haja ação de vândalos, os verdadeiros manifestantes deverão sentar para facilitar a ação da polícia na hora de reprimir e prender os culpados.
O grupo tem espalhado o “Guia do Manifestante Pacífico” com instruções para quem quer participar das marchas. No manual, os grupos orientam que as pessoas devem usar roupas adequadas, como blusas com mangas e calças de tecido resistente, como o Jeans. Os manifestantes também devem evitar o uso de lentes de contato, cremes faciais e até acessórios, como brincos e colares.
Todos devem usar documentos de identificação, carteira de plano de saúde (se tiver), um papel com números de telefones de conhecidos, e celular. Ninguém deve ir ao protesto sem informar à família.
Os manifestantes estão se mobilizando para participar de uma audiência pública que irá discutir o sistema de transporte urbano em Maceió, que será realizada na Câmara no dia 28 de junho, às 9h.