Campeão olímpico nas argolas, Zanetti bate chinês 'espião' e triunfa com novo elemento na etapa de Anadia da Copa do Mundo de ginástica artística
O Brasil brilhou na etapa da Copa do Mundo de ginástica artística em Anadia, Portugal. Dos cinco ginastas classificados para as finais, quatro garantiram medalhas, sendo três ouros e um bronze. Campeão olímpico nas argolas e medalhista de ouro na etapa de Doha, Arthur Zanetti comandou o show verde-amarelo, neste sábado, com uma exibição quase perfeita, que lhe rendeu a nota de 15.800 e o lugar mais alto do pódio. Com uma série de alto grau de dificuldade e o seu novo elemento, o ginasta superou em uma disputa acirrada o chinês Mingyong Yan (15.750), que virou "espião por um dia" e filmou todos os movimentos do brasileiro. O argentino Federico Molinari (15.550) ficou em terceiro lugar no aparelho. Afastada da seleção brasileira desde o Pré-Olímpico de Londres, Jade Barbosa (14.825) coroou o seu retorno com o ouro no salto, enquanto Adrian Gomes (14.112) faturou o bronze. Na hora da premiação no pódio, a organização do evento cometeu uma pequena gafe, colocando um curto trecho de menos de três segundos da introdução do Hino Nacional Brasileiro. Bicampeão mundial no solo, Diego Hypolito (15.375) também levou o Brasil ao topo em sua especialidade.
Ouro com novo elemento
A série de Arthur Zanetti nas argolas era um dos momentos mais aguardados do dia em Portugal. Todos estavam curiosos para ver pela segunda vez o novo elemento apresentado pelo ginasta de São Caetano do Sul, movimento que aumenta a nota de partida em 0,200 pontos e pode ser batizado com o seu nome. Depois de avançar à final com a nota de 15.875, bem próxima à do ouro em Londres (15,900), Zanetti fez uma apresentação quase perfeita com um alto grau de dificuldade, garantindo a medalha de ouro, com 15.800 pontos. O atleta usou a competição em Anadia como teste para avaliar a nova série de olho nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
Quarto competidor a entrar em ação no aparelho, Zanetti mostrou muita força e arrancou aplausos do público em diferentes momentos de sua apresentação. Seguro, o ginasta iniciou a série com o novo elemento, aplicou uma maltesa e fechou a exibição com um salto cravado.
Diego Hypolito supera problemas e conquista o ouro
Depois de passar por três cirurgias e ficar sem clube depois ao ser dispensado pelo Flamengo, Diego Hypolito deixou os problemas de lado e garantiu o ouro em sua primeira competição pela seleção nesta temporada. O ginasta de Santo André, no ABC paulista, teve um ótimo desempenho na prova e não deu chances aos adversários. Após avançar à final do aparelho em segundo lugar, com 15.125, o brasileiro cravou 15.375 com uma sequência de piruetas, seguidas por movimentos de força e rolamento, cometendo pequenas falhas de aterrissagem, mas nada que comprometesse o resultado. Para encerrar a série, o ginasta optou por uma dupla pirueta com excelente execução . O alemão Matthias Fahrig (15.175) levou a prata, e o americano Samuel Mikulak (15.100) completou o pódio.
Medalhista de prata na etapa da Copa do Mundo em Doha, no Qatar, Arthur Nory fez uma boa apresentação no solo e terminou em quarto lugar. Uma das principais revelações da ginástica brasileira, o jovem de 19 anos começou a série com um duplo twist carpado, mostrou equilíbrio ao realizar as acrobacias e fechou com um tsukahara, salto com uma dupla rotação. O paulista de Campinas arrancou aplausos do público, ganhou 15.050 e superou a nota da fase de classificação, 14,650, terminando na quarta posição. Recentemente, o ginasta sagrou-se campeão do individual geral do Troféu Brasil.
Jade é ouro em sua volta pela seleção
Em seu primeiro compromisso importante no novo ciclo olímpico, Jade Barbosa, que não foi a Londres por conta de um problema envolvendo patrocínio, não deu o seu salto mais difícil no solo, mas teve uma boa exibição. Depois de aplicar uma dupla pirueta e levantar voo no primeiro salto com ótima execução, a carioca fez o segundo com uma meia volta e um mortal, sofrendo um pequeno desequilíbrio na aterrissagem. Treinando em Curitiba com o técnico Oleg Ostapenko, que ajudou o Brasil a conquistar a vaga por equipes (feminino) nas Olimpíadas, Jade ficou com 14.825 pontos, assumindo a liderança. Oksana Chusovitina (14,512), do Uzbequistão, faturou a prata, e Adrian Gomes (14.112), outra brasileira na disputa, levou o bronze, superando a alemã Kim Bui (14.100) por apenas dois centésimos.
Depois de acertar um primeiro salto com rondada flic-flac e pirueta atingindo uma boa altura, Adrian fez um segundo salto bom, com mortal carpado. No entanto, deu um passo largo na hora de aterrissar e sofreu alguns descontos na nota.