HUSE pode ser interditado por falta de higiene e superlotação em Aracaju

Flávio Antunes/G1Interdição ética pode ocorrer caso problemas não sejam solucionados em quatro meses

Interdição ética pode ocorrer caso problemas não sejam solucionados em quatro meses

O Hospital de Urgência de Sergipe, em Aracaju, poderá ser interditado devido à superlotação, falta de higiene e outros problemas encontrados durante fiscalizações realizadas por representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM-SE) durante seis meses. Um relatório foi elaborado onde constam todas as irregularidades constatadas durante as visitas à unidade hospitalar.

De acordo com o levantamento realizado pelo CRM-SE, 80% dos pacientes que morreram após ficarem internados na Ala Azul do hospital, não tiveram o diagnóstico realizado nas primeiras 24 horas de internação. Entre os setores que apresentaram situações mais críticas estão a Ala Azul, o centro cirúrgico, a ortopedia e a oncologia.

Segundo Hyder Aragão de Melo, conselheiro do Conselho Regional de Medicina, a falta de condições de trabalho para os profissionais é um dos principais problemas encontrados na unidade. “Não estamos falando apenas na falta de ferramentas de trabalho, como materiais, medicamentos, equipamentos, roupas, mas principalmente a superlotação do ambiente. Sendo que, em todos os ambientes investigados onde são realizados atendimentos a pacientes mais graves, foram constatados problemas de superlotação, o que é inadmissível”, afirmou.

Com o resultado do relatório, o HUSE poderá passar por uma interdição ética dos médicos, caso a diretoria do hospital não corrija os problemas apontados no prazo de quatro meses. “Caso ocorra a intervenção ética no hospital, os médicos não poderão realizar novos atendimentos, ou seja, o hospital não poderá permitir a entrada de novos pacientes e apenas aqueles que já estiverem internados terão o atendimento garantido”, disse Rosa Amélia Andrade, coordenadora de fiscalização do CRM-SE.

De acordo com nota enviada pela Secretaria de Estado da Saúde, o relatório elaborado pelo Conselho Regional de Medicina foi encaminhado à Fundação Hospitalar de Saúde, que é responsável pelo hospital.

Ainda segundo a secretaria, muitos problemas apontados no laudo já foram resolvidos nos últimos meses e que ações estão sendo realizadas para melhorar a questão da limpeza e da superlotação.

Fonte: G1

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