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Condição de Mandela melhorou, diz presidência da África do Sul

Estado do líder anti-apartheid é 'crítico, mas estável', diz comunicado. Ele está internado desde 8 de junho em Pretória.

AFP

Frente de hospital onde Mandela está internado vira lugar de homenagens

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela melhorou entre a quarta e a quinta-feira, informou em comunicado a presidência da África do Sul.
Ele segue em estado crítico, mas "estável", segundo a presidência.
Mais cedo, sua filha mais velha, Makaziwe, havia dito que ele estava "em estado muito crítico" e que sua morte podia ser "iminente".

"Só posso dizer que papai está em um estado muito crítico, qualquer coisa é iminente, mas também quero sublinhar, uma vez mais, que só Deus sabe quando chegará sua hora", disse ela à rádio pública SAFM.

"Mas também quero enfatizar de novo que apenas Deus sabe quando chegará sua hora… vamos esperar ao lado dele, com papai, enquanto continuar conosco", completou.

Makaziwe disse que Mandela, de 94 anos, "ainda está lá", responde ao contato físico e tenta abrir os olhos.

O presidente sul-africano Jacob Zuma cancelou, na véspera, uma viagem que faria nesta quinta (27) a Moçambique, país vizinho.

apilisi Mandela, líder do clã do ex-presidente sul-africano, que viajou de Transkei, sul do país, a Pretória para uma visita, declarou que Mandela respira com a ajuda de aparelhos.

"É triste, mas o que podemos fazer?", declarou em tom resignado.

Infecção pulmonar

Mandela está internado há quase três semanas, tratando de uma infecção pulmonar.

O estado do lendário líder quer lutou contra o apartheid -o violento regime de segregação racial da África do Sul- continua "crítico", há cinco dias.
A imprensa sul-africana afirma que Mandela estaria sobrevivendo com a ajuda de aparelhos, mas não há confirmação oficial dessa informação.

De acordo com a imprensa local, a família de Mandela já prepara um funeral.
O jornal sul-africano "City Press" publicou nesta quinta-feira que a família quer exumar os restos dos três filhos de Mandela – Makgatho,Thembekile e Makaziwe – para serem transferidos para o lugar onde poderá ser enterrado seu pai em Qunu, cidade na qual o ex-presidente cresceu e vivia antes de ser internado.

O chefe tradicional de Qunu, Nkosikazi Nokwanele Balizulu, confirmou em entrevista ao "City Press" ter dado a aprovação para a exumação dos corpos dos três filhos de Mandela.

"Fizeram um pedido – os parentes de Madiba (como Mandela é conhecido) – e eu estive de acordo", disse Balizulu.

Na terça-feira passada, a família de Mandela se reuniu com urgência para tratar de "assuntos delicados", entre os quais, segundo a imprensa local, o lugar onde seria o enterro.

Luta contra ‘apartheid’

Mandela lutou durante 67 anos contra o regime do "apartheid" e passou 27 anos nas prisões do regime, onde contraiu os problemas respiratórios com os quais sofre de forma recorrente.

Após ser libertado em 1990, ele liderou junto com o último presidente do apartheid, Frederik De Klerk, o desmantelamento pacífico do regime segregacionista.

Eleito presidente em 1994, Mandela conquistou na Presidência uma improvável paz racial, depois de mais de quatro décadas de dominação racista da minoria branca da África do Sul.