MPE impugna audiência pública sobre Central de Tratamento de Resíduos

Ascom/IMAMPE impugna audiência pública sobre Central de Tratamento de Resíduos

MPE impugna audiência pública sobre Central de Tratamento de Resíduos

Na manhã de ontem (26), foi realizada em Arapiraca, no auditório do Hotel Sol Nascente, a audiência pública, solicitada pelo Ministério Público Estadual (MPE), para esclarecer à população a proposta de implantação de uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR) no povoado Xexéu, zona rural do município.

O projeto do empreendimento, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) foram apresentados por representantes da Viva Ambiental e Serviços S.A., empresa responsável pela execução e gestão da CTR de Arapiraca. “O trabalho não é simplesmente enterrar resíduos domésticos. É de organizar o fluxo de resíduos, incluindo os industriais, os hospitalares e os da construção civil”, disse Luis Mário, autor do projeto.

Durante sua apresentação, Luis Mário expôs fotografias e dados do local escolhido para instalação do empreendimento. Ele esclareceu que a área foi objeto de vasto estudo da equipe de trabalho e, por meio de plantas, apresentou aos cidadãos presentes a extensão do projeto, a parte destinada à Reserva Legal, o afastamento de Área de Preservação Permanente (APP), e esclareceu ainda a utilização de métodos de impermeabilização do solo do aterro sanitário, os sistemas de drenagem e tratamento do chorume, da canalização da água da chuva, de controle e tratamento dos gases e explicou a forma de disposição de cada espécie de resíduo.

Para Hélen Aguiar, economista contratada pela Viva Ambiental, o empreendimento, que tratará resíduos gerados na cidade de Arapiraca, trará benefícios ambientais e de saúde pública. “Outra perspectiva é a geração de emprego e renda, através do desenvolvimento da região, com a possibilidade de se instalar indústrias de base tecnológica, geradoras de produtos de alto valor agregado, que buscam infraestrutura ambientalmente correta, aonde poderão destinar seus resíduos a custo competitivo do ponto de vista operacional e de deslocamento”, comentou Hélen Aguiar.

O promotor de Justiça Alberto Fonseca questionou a forma como foi divulgado o chamamento da população em geral e de representantes de órgãos públicos para a audiência, que teve a participação de apenas 31 cidadãos, entre eles, oito moradores do povoado Xexéu e sete funcionários da administração pública de Arapiraca. O representante do MPE também questionou o prazo de envio do EIA-RIMA para os representantes do município, que solicitaram um prazo maior para análise do projeto. Por esses motivos, o MPE cancelou a audiência pública e solicitou que uma nova seja realizada em breve.

Uma audiência pública não tem poder decisório, ela é um meio pelo qual captam-se os interesses da população. Para isso, cinco técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) participaram da reunião para acatar as recomendações da comunidade. A opinião da população deve subsidiar o parecer técnico do IMA que será concluído após a nova audiência pública. Lembrando que “a aprovação das licenças ambientais para o empreendimento é responsabilidade do Conselho Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Cepram)”, disse Afrânio Menezes, gestor de Acordos e Contratos do IMA.

Fim do prazo

De acordo com o diretor-presidente do IMA, Adriano Augusto, os municípios brasileiros têm até 2014 para acabar com os lixões a céu aberto, conforme o que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos – instituída pela Lei Federal nº 12.305/2010. “Não há perspectivas de que esse prazo será modificado e aqueles que não cumprirem a determinação podem ter uma série de problemas, entre eles a perda de acesso a recursos do governo federal e pagamento de multa”, explicou Adriano Augusto.

A disposição inadequada de lixo é um problema sério que acomete quase todas as cidades alagoanas. “Mas não é por isso que os processos de licenciamento dos aterros sanitários serão autorizados de qualquer maneira. Buscaremos o melhor cumprimento de quesitos, como por exemplo, localizações que distem de núcleos populacionais, corpos d’água e aeroportos, além da observância do atendimento ao plano diretor dos municípios”, completou o diretor-presidente do IMA.

Fonte: Ascom/IMA

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