Liga Mundial: no primeiro jogo da seleção em casa, franco-brasileiro Rafael Redwitz mostra categoria, mas equipe brasileira reage e vence no tie-break
Quando o Hino Nacional brasileiro ecoava no ginásio do Ibirapuera, um homem vestido de branco destoava do outro lado da rede. Enquanto os companheiros ouviam em silêncio, Rafael Redwitz cantava em português claro (assista no vídeo ao lado). De início, apenas um momento curioso. Mas, quando tudo parecia caminhar para uma manhã de sexta-feira tranquila, o levantador passou a ditar o ritmo aos acordes de “A Marselhesa”. Naturalizado francês em abril, Redwitz foi o maestro da França diante do Brasil. Com levantamentos precisos para Earvin Ngapeth, ele guiava o time a uma vitória surpreendente, de virada, quando a seleção de Bernardinho acordou. No fim do tie-break, a renovada equipe reagiu nas pancadas de Wallace e Lucão e venceu por 3 sets a 2, parciais de 25/20, 25/19, 22/25, 21/25 e 15/12, pela primeira fase da Liga Mundial.
Apesar da vitória verde e amarela em São Paulo, o maior pontuador do confronto foi o francês Ngapeth Earvin, com 24 bolas viradas. Pelo lado do Brasil, Lucarelli fez 21 pontos e foi o destaque.
O Brasil volta à quadra neste sábado. Às 10h10m, a seleção enfrenta a França mais uma vez, com transmissão ao vivo da TV Globo e do SporTV e cobertura em Tempo Real do GLOBOESPORTE.COM. Com 13 pontos em cinco jogos no grupo A, a equipe de Bernardinho tem chances de garantir a vaga na fase final caso vença os rivais mais uma vez. Para isso, também depende de dois triunfos da Bulgária contra os Estados Unidos.
O jogo
Durante toda a semana, Bernardinho avisou. Ainda que não tenha tradição nas quadras, a França já havia mostrado qualidades durante a Liga Mundial. Apesar do alerta, a seleção pareceu sentir no início. Em um jogo equilibrado, Earvin Ngapeht, principal jogador da seleção francesa, dava trabalho à defesa brasileira. Com um ataque do ponteiro, os visitantes foram para o primeiro tempo técnico em vantagem (8/6).
O Brasil cometia alguns erros de recepção, mas, aos poucos, começou a sobressair no jogo. Àquela altura, Dante, Eder e Lucarelli eram as principais armas ofensivas do time. Em uma bola de segundo tempo do veterano, a seleção abriu quatro pontos de vantagem (21 a 17). A França tentou se manter no jogo, mas Lucão soltou o braço para fechar o primeiro set em 25/20.
A equipe de Bernardinho teve um início melhor no segundo set. Pelo meio, Eder virava quase todas as bolas, sem chances para a defesa francesa. Os visitantes conseguiram evitar que o Brasil disparasse no placar, mas foram para o primeiro tempo técnico em desvantagem (8/6).
No retorno à quadra, o melhor rali do jogo. Depois de uma série de defesas seguidas dos dois lados, Marien Moreau mandou a bola para o chão. O ponto deu confiança à França, que cresceu no jogo, assim como Rafael Redwitz. Ngapeth fez os europeus abrirem 13 a 10 no placar. O Brasil conseguiu buscar. No bloqueio de Lucão, os donos da casa retomaram a liderança (16/15). A partir daí, a seleção disparou. Sem voltar a ser incomodada pelos rivais, fechou em 25 a 19 em um bloqueio de Vissotto.
A reação francesa
Foi quando a França acordou. No terceiro set, os rivais fizeram o possível para reagir. Em dois ataques seguidos, Ngapeth colocou os europeus à frente no placar (17/16). Os visitantes se empolgaram e abriram quatro pontos de vantagem (22/18). O Brasil tentou se recuperar, mas caiu em um erro bobo. Na hora do saque, William pisou na linha, e os rivais fecharam parcial: 25/22.
A França manteve o ritmo no set seguinte. O bloqueio brasileiro deixou de funcionar, e os europeus logo abriram vantagem (9/6). O Brasil chegou a deixar tudo igual, mas os erros seguidos de saque fizeram os franceses pularem à frente mais uma vez. Em um bloqueio para fora de Eder e Dante, os visitantes fecharam em 25/21.
No tie-break, a França seguiu melhor. Em uma largadinha de Rafael, os franceses abriram vantagem e pareciam caminhar para uma vitória surpreendente. Mas foi a vez de o Brasil reagir. Nas pancadas de Wallace e Lucão, a seleção mostrou força e trouxe alívio ao ginásio ao fechar em 15/12.
O Brasil foi à quadra com: Bruninho, Vissotto, Eder, Lucão, Dante e Lucarelli. Líbero: Mário Jr.. Entraram: Wallace e William