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Ostras depuradas têm bons resultados de venda

Ostras depuradas têm bons resultados de venda

Sepaq

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Técnicos da Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq) em parceria com o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS), reuniram, no Sebrae-AL, nesta quinta-feira (11), integrantes da cadeia produtiva da ostra, para o primeiro encontro do Comitê Institucional do Programa Ostras Depuradas.

Os destaques discutidos na reunião foram a avaliação da comercialização até agora, o modelo de gestão e implantação do programa como um todo. Integrantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Sebrae, secretários municipais de turismo da Barra de São Miguel e de pesca e aquicultura de Coruripe, além de representantes dos ostreicultores desses e dos outros dois cultivos de ostras do estado – Passo de Camaragibe e Porto de Pedras – que também fazem parte do comitê, participaram do encontro.

Para o superintendente de desenvolvimento da aquicultura da Sepaq, Ricardo Nonô, responsável técnico pelo Programa da Ostra no governo, depois do lançamento da semana de fortalecimento da cadeia do molusco depurado, a demanda cresceu significativamente.

“Hoje os produtores de ostras depuradas são fornecedores do restaurante Akuaba, onde tem um aquário-mostruário do projeto e do hotel resort Kenoa, na Barra de São Miguel. Aproximadamente 3 mil ostras depuradas foram comercializadas somente nos meses de maio e junho, nesses dois estabelecimentos, gerando para o produtor uma renda bruta de cerca de R$ 4 mil. Antes eles não sabiam mensurar isso”, explicou o superintendente.

A coordenadora do projeto pelo IABS, Marcela Pimenta, complementa ainda que o valor não vai na totalidade para os produtores, porque têm os custos com ajustes e imprevistos, além do prejuízo com a mortalidade das ostras.

“Mais de R$ 2 mil líquidos foram repassados para os ostreicultores nesses dois meses. Mas também houve gastos com cano, combustível, e o essencial, conseguimos guardar mais de R$ 1 mil. Que aqui, por meio dessas reuniões, desse comitê, poderemos discutir também o que vai ser feito com o lucro. Estamos pensando em um fundo. Enfim, o que queremos é que eles aprendam a gerenciar por conta própria. Afinal ficou definido que em até dois anos, estaremos juntos, como uma cooperativa incubada. Depois eles deverão andar sozinhos e se tornarem sustentáveis. Por isso temos a ajuda do Sebrae desde o começo nesse processo”, completa Marcela Pimenta.

De acordo com a presidente da Associação Rio Mar de Passo do Camaragibe e ostreicultora Izabel Cristina, a vida dela mudou depois que o governo e os parceiros se envolveram no Programa. “Tínhamos o produto, mas não mercado para vendê-lo, porque no litoral norte não tem o comércio, só estabelecimentos. Agora, o pessoal vem pegar as ostras para depurar e estamos participando desse grupo. Sepaq, IABS e Sebrae, só temos a agradecer. E hoje também aos empresários que vestiram nossa camisa, que adquiriram um produto de qualidade, além de ajudar a desenvolver a economia local. Nesse comitê vamos discutir o preço justo e o que vamos fazer com nosso lucro.”

Segundo a coordenação do programa, a meta é fornecer para mais dois estabelecimentos, a exemplo do restaurante Lopana, que está em fase final de ajuste da comercialização. No entanto, a organização fez uma reflexão com os produtores presentes para a importância do comprometimento de cada um, principalmente no que diz respeito à venda correta, conjunta, integrada, e principalmente que divulga o diferencial: a depuração do molusco.

A professora da Ufal Cristina Normande diz que a segurança alimentar é o principal diferencial da ostra que não é depurada, e por isso o consumidor, vai ter certeza de consumir um alimento seguro, ao vê o selo da depuradora no produto. A bandeja com uma dúzia de ostras está sendo vendida a R$ 15,00.

Ficou definido que ao menos uma vez por mês o grupo irá se encontrar. Na próxima terça-feira (16), um grupo menor, apenas com representantes das associações vai se reunir para pautas ainda mais específicas, como quantidade e qualidade dos produtos comercializados e o lucro do produtor.