Vinícius Araújo marca duas vezes, e Raposa triunfa no primeiro jogo após saída de Diego Souza.
Na noite em que o Cruzeiro homenageou Fábio pelos 500 jogos com a camisa celeste, marca atingida contra a Portuguesa, sábado retrasado, quem brilhou foi a garotada. Sob o olhar atento do goleiro, que recebeu uma placa comemorativa antes do jogo e pouco trabalhou no Mineirão, a Raposa venceu o Náutico por 3 a 0, gols de Vinícius Araújo (duas vezes) e Ricardo Goulart, na noite deste domingo, no Mineirão. A equipe manteve o aproveitamento de 100% no estádio – desde a sua reabertura, foram 11 jogos sem saber o que é sair sem um triunfo.
O domínio do time mineiro foi amplo, ainda que o pernambubano tivesse alguns lampejos. Ainda assim, em hora nenhuma a boa vitória foi ameaçada. Todos os jogadores do quarteto ofensivo mineiro têm menos de 25 anos: Éverton Ribeiro tem 24, Lucca, 23, Ricardo Goulart, 22, e Vinícius Araújo, 20.
O resultado leva o Cruzeiro de volta ao G-4 do Campeonato Brasileiro. O time é o quatro colocado, com 12 pontos. A situação do Náutico não é nada boa. Na zona de rebaixamento desde que a competição se iniciou, o Alvirrubro permanece na lanterna, com apenas quatro pontos.
Na próxima rodada do Brasileirão, o Cruzeiro vai ao Morumbi encarar o São Paulo, sábado, às 18h30m (de Brasília). Antes, volta as atenções para a Copa do Brasil. Quarta-feira, às 19h30m, faz o jogo de volta da terceira fase com o Atlético-GO, no Serra Dourada, em Goiânia, podendo perder por até quatro gols de diferença para se classificar para as oitavas de final. Eliminado da Copa do Brasil, o Náutico volta a campo no sábado, às 21h, quando encara o Botafogo em São Januário.
Cartão de visita
O Náutico foi para o jogo com a nítida proposta de se defender primeiro para depois buscar o ataque. Claro, não estava nos planos tomar um gol com apenas nove minutos de bola rolando. Egídio, Souza e Lucca trabalharam bem a jogada pela esquerda, envolvendo a defesa do rival até que Lucca ficou livre e fez o cruzamento para Ricardo Goulart entrar entre os zagueiros e fuzilar o estreante goleiro Ricardo Berna, que nada pôde fazer. Curiosamente, na sexta, o jogador contou que queria se firmar entre os titulares marcando um gol.
O gol sofrido obrigou o Timbu a sair um pouco mais para o jogo, o que fez com que o Cruzeiro tivesse mais espaços em campo. O Náutico deu sinal de vida em duas falhas de Dedé, corrigidas pelo próprio zagueiro antes que algum atacante pudesse incomodar o sossego do homenageado Fábio, que pouco foi incomodado na etapa inicial.
O Cruzeiro seguiu com bom volume de jogo, tendo a maioria das jogadas elaboradas por Lucca, que herdou a vaga de Diego Souza, negociado com o futebol ucraniano. Mas o número excessivo de passes errados ao fim do primeiro tempo deixou a impressão de que o jogo estava pior do que realmente era.
Brilha a estrela de Vinícius Araújo
A qualidade técnica do segundo tempo foi bem melhor. O Náutico viu que o Cruzeiro não estava fazendo uma partida primorosa e se soltou mais. Tanto que antes dos cinco minutos já havia chutado três vezes ao gol. Fábio defendeu todos. O fato é que o time mineiro, sendo mais atacado, passou a ter mais espaço para contra-atacar. Foi assim que saiu o segundo gol, aos oito minutos. Éverton Ribeiro armou toda a jogada, e a bola sobrou na área para o garoto Vinícius Araújo mostrar mais uma vez que tem estrela, soltar a bomba e marcar.
O domínio do time mineiro passou a ser amplo após o segundo gol. O Náutico sentiu o golpe e passou a errar praticamente tudo o que tentava. Além disso, deixou a marcação mais frouxa e não conseguia se desvencilhar do domínio que sofria. De tanto buscar e criar jogadas, o Cruzeiro fez mais um, aos 24, outra vez com Vinícius Araújo. Ricardo Goulart ganhou a disputa com João Filipe na esquerda e tocou para o garoto concluir.
O Náutico seguiu sem ameaçar até o apito final, e o Cruzeiro só administrou o resultado construído de forma justa e incontestável. Os três pontos levaram os comandados do técnico Marcelo Oliveira ao quarto lugar na tabela, enquanto o Timbu segue na lanterna de forma absoluta