Oposto, que substituiu Leandro Vissotto, guia a seleção à classificação em vitória tranquila por 3 sets a 0.
Há quem costume depositar boa parte das esperanças brasileiras em quadra nos ombros de Wallace. Caçula do grupo que voltou com a prata de Londres, o oposto mostrou personalidade ao substituir Leandro Vissotto logo na final olímpica. No corte do tempo, a cena se repetiu em Mar del Plata. Com o titular machucado, o reserva voltou a receber a mesma missão de Bernardinho. O peso da responsabilidade, é verdade, caiu quase que por inteiro. Mas, com um sorriso no rosto, o jogador voltou a dar conta do recado. Nesta sexta-feira, pancada a pancada, levou o Brasil às semifinais da Liga Mundial ao bater o Canadá em 3 sets a 0, parciais 25/18, 30/28 e 25/20 .
O Brasil precisava da vitória para se classificar. Os canadenses, que surpreenderam ao vencer a Rússia no dia anterior, pareciam sem força para encarar mais um gigante. A seleção, então, se impôs desde o início e agora aguarda a classificação final do grupo D para saber quem enfrentará neste sábado. Apesar da derrota na quinta-feira, os russos também avançaram. Ainda nesta sexta, às 20h, a Argentina encara a Itália no ginásio de Mar del Plata.
O jogo
As lembranças mais vivas eram de Gavin Schmitt. Mas, com o algoz na última Liga poupado no início, o Brasil logo percebeu que o Canadá tinha mais riscos a oferecer. Em um erro de saque de Lucão, os rivais largaram na frente. Duff, na sequência, abriu dois pontos para o país da América do Norte. Mas a seleção não queria repetir a partida contra a Rússia e deixar a diferença crescer. Em erros dos rivais, chegou a passar à frente. O Canadá, que em um lance chegou a desafiar a marcação dos árbitros – que voltaram atrás –, porém, foi para o primeiro tempo técnico em vantagem: 8/5.
Na volta à quadra, a seleção tomou o controle da partida. Em um bloqueio de Lucão, deixou tudo igual (11/11). Foi a deixa para que o Brasil disparasse e chegasse a 19/13. Em um ponto de Lucarelli, um susto do outro lado da rede. Na descida, o brasileiro pisou nos pés de Adam Simac, que ficou alguns segundos no chão. Na sequência, no melhor rali da partida, Duff explorou o bloqueio de Lucão para diminuir. Mas, apesar da luta canadense, os brasileiros fecharam o primeiro ser em um erro de Perrin: 25/18.
Foi Wallace, com uma pancada, quem abriu o segundo set. Mas o Canadá mostrava sorte. Enquanto Schmitt seguia à espera do chamado do técnico Glenn Hoag, Dallas Soonias, que começou a partida, se mostrava tão perigoso quanto o outro oposto. Através dele, os canadenses conseguiam equilibrar a partida. O atacante tentou enganar a defesa brasileira com um golpe lateral, mas Mário Jr., atento, conseguiu a defesa. Na sequência, Lucão venceu o bloqueio rival para fazer 8/7.
Não que os erros tivessem ficado para trás. Mas, ao contrário da partida contra a Rússia, a seleção brasileira parecia mais solta. Só que, do outro lado, o Canadá também mostrava qualidade. O Brasil chegou a abrir vantagem, mas foi a vez de Schmitt, agora em quadra, soltar o braço. Pelas mãos do oposto, os canadenses viraram e fizeram 23/21. O placar, porém, marcava 23/20, e Bernardinho reclamou. A partida ficou paralisada por alguns instantes, e a catimba brasileira funcionou.
Com um bloqueio de Lucão, o Brasil passou à frente e chegou ao set point. A equipe desperdiçou três em sequência, e foi a vez dos canadenses assumirem a vantagem e ficarem a um ponto do empate no placar geral. Mas os brasileiros souberam manter a calma e contaram com os erros dos rivais para abrir 2 a 0. Em um saque de Bruninho, o levantador Howatson deu dois toques na bola. Na sequência, Winters mandou um ataque na rede e pôs fim à parcial: 30/28.
O Brasil iniciou o terceiro set como se fosse uma máquina. Com a vantagem em mãos e diante de um rival nervoso, a seleção de Bernardinho abriu 10/5 com facilidade. O Canadá, porém, não queria se despedir assim. À base da força, tirou a diferença e chegou a ficar a um ponto do empate na parcial. Mas a seleção não quis evitar qualquer susto.