Os militares alagoanos resolveram realizar alguns atos públicos – esta semana – em protestos a onda de ataques a policiais militares nos últimos dias, que resultou na morte de dois sargentos da PM.
A morte do sargento da reserva da Polícia Militar de Alagoas, José Maria dos Santos, de 52 anos, foi o estopim para uma série de atividades realizadas pelas associações militares em Maceió. Para esta semana estão programados atos públicos para chamar a atenção das autoridades e discussões acerca da proposta de redução da maioridade penal.
Segundo dados de associações, a onda de ataques a policiais militares resultou na morte de seis policiais militares somente em 2013, dois deles sargentos.
O calendário de protestos com início na quarta-feira, foi decidido em reunião ocorrida na manhã desta segunda-feira, 22, entre as associações militares.
De acordo com informações do presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), sargento Teobaldo de Almeida, a intenção das entidades é cobrar uma ação mais enérgica do Governo de Alagoas, Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa. "Sentimos que a Justiça colabora com a impunidade, onde o menor comete crime e continua impune. Queremos que as autoridades tomem uma atitude sobre as mortes os militares", disse o sargento.
As atividades terão início na quarta-feira, 24, quando os presidentes das associações militares (ASSMAL, ACS, ASSOMAL, ASPRA) entregarão ao Governo de Alagoas algumas manifestações específicas da categoria.
No documento, os militares pedem aumento do orçamento anual das corporações e a valorização profissional com a implantação da carga horária, adicional noturno e periculosidade. Além disso, eles querem a reformulação do Conselho de Segurança, onde devem ser formados por 40% dos integrantes do Governo, 30% de trabalhadores e 30% da sociedade civil.
No mesmo dia, as entidades realizarão uma coletiva de imprensa, às 9 horas, na sede da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), no Poço, para conversar sobre as atividades da semana. "A fragilidade da segurança pública é visível. Os Direitos Humanos tiram o poder ofensivo da PM no que diz respeito à ordem pública. Além disso, a PM não valoriza o profissional e não investe no melhoramento de seus homens", afirmou cabo Wagner Simas, presidente da ASPRA.
As manifestações seguem na quinta-feira, 25, em homenagem aos seis policiais mortos este ano, vítimas da violência. Os policiais e bombeiros irão acampar em frente ao Palácio República dos Palmares, por 12 horas e realizarão uma caminhada pelo Centro de Maceió.
Já na terça-feira, 30, um novo ato público está marcado para as 15 horas, na Praça Marechal Deodoro, no Centro.
As associações também criticaram a atuação do Brasil Mais Seguro em Alagoas. "O plano não está dando certo. O governo trouxe profissionais de fora, com a Força Nacional, gastando rios de dinheiro e nada resolve. Não há valorização dos profissionais alagoanos e não dão condições de trabalho", criticou o cabo Wellington, diretor da ACS.