O corpo do cantor pernambucano Dominguinhos está sendo velado no prédio da Assembleia Legislativa em São Paulo nesta quarta-feira (24). O músico de 72 anos morreu na terça, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas .
Dominguinhos foi internado em 17 de dezembro, no Hospital Santa Joana, no Recife, com quadro de infecção respiratória e arritmia cardíaca. Em 13 de janeiro, foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde o tratamento passou a ser liderado pelo oncologista que o acompanhava havia seis anos, desde que recebeu o diagnóstico de tumor pulmonar.
Por causa da morte do cantor, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), decretou luto de três dias no Estado.
"Dominguinhos expressou como ninguém a alma nordestina. Suas canções e sua criatividade genial constituem para sempre parte fundamental da cultura brasileira", afirmou.
Nascido em Garanhuns no dia 12 de fevereiro de 1941, José Domingos de Moraes começou a carreira ainda na infância, tocando sanfona de oito baixos no grupo Os Três Pinguins, que formou com dois irmãos.
Na adolescência, mudou para o Rio de Janeiro e procurou Luiz Gonzaga, o rei do baião, que lhe dera seu endereço anos antes. Dominguinhos, na época apelidado de Neném do Acordeon, tornou-se herdeiro musical de Gonzaga, morto em 1989.
Em 1964 Dominguinhos lançou o primeiro de cerca de 30 álbuns, "Fim de Festa". Onze anos depois gravou "Eu Só Quero um Xodó", que ganhou versões em diversas línguas. Durante a carreira, fez parcerias com músicos como Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Elba Ramalho, intérprete de "De Volta pro Aconhego". Outros sucessos incluem "Isso Aqui tá Bom Demais", "Tenho Sede", "Lamento Sertanejo" e "Tantas Palavras".
Entre os prêmios que recebeu está o Grammy Latino de melhor álbum regional, em 2002, por "Chegando de Mansinho". Em 2010, foi homenageado pelo Prêmio Shell de Música e se apresentou em um show no Rio de Janeiro com convidados como Elba, Gil e Marcelo Mimoso.