Além de ter a maior quantidade de médicos por número de habitantes do país, o Distrito Federal tem a maior média salarial da categoria - R$ 16,9 mil
Além de ter a maior quantidade de médicos por número de habitantes do país- 4,09 profissionais para cada grupo de mil pessoas- o Distrito Federal tem a maior média salarial da categoria- R$16,9 mil, segundo balanço da Secretaria de Transparência.
O valor médio leva em consideração os servidores aposentados e os pensionistas, e tem como base o piso salarial atual que é de R$3.949,22 para 20 horas de trabalho, e R$7.838,27 por 40 horas, mas esses valores subirão ainda este ano com o novo Plano de Carreiras, Cargos e Salários da categorias (PCCS).
"Nós vamos encaminhar o PCCS dos médicos à Câmara Legislativa junto com os demais planos de carreira de outras categorias ainda esta semana. A expectativa é vê-los aprovados até o fim do mês", informou hoje à Agência Brasília o secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda.
O plano de cargos dos médicos prevê aumento de 66% dividido em três parcelas, e, quando estiver totalmente implantado em 2015, elevará para R$6,6mil e R$13,2mil o piso dos profissionais com jornada de 20 horas e 40 horas, respectivamente.
A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) calcula, todo início do ano, o piso salarial ideal. O deste ano é de R$10.412,00, valor que é utilizado como referência nas reivindicações da categoria e orienta as negociações coletivas de trabalho dos sindicatos regionais.
A entidade de classe prepara para o próximo ano um levantamento completo com o piso real em cada estado, mas, por enquanto, a Fenam, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Ministério da Saúde não possuem esses dados consolidados.
Para o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sindimédico), o aumento salarial que virá com o novo PCCS será fundamental na recuperação da categoria e ajudará a carência de profissionais que ainda existe em algumas áreas.
"(O plano) é o principal instrumento para atrair profissionais para a rede (pública) e assim termos o número de médicos suficientes para atender bem a população", destacou o presidente do Sindimédico, Gutemberg Fialho, que cobra também a realização de novo concurso público.
DESTAQUE- O dado que mostra a liderança do DF no ranking de quantidade de médicos com registro profissional em relação ao número de habitantes faz parte do estudo "Demografia Médica no Brasil", lançado em fevereiro deste ano pelo Conselho Federal de Medicina.
Pelo mesmo estudo, a capital do país tem a maior quantidade proporcional de médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) e de postos de trabalho médicos ocupados.
Segundo o CFM, o Distrito Federal tem 11.490 médicos registrados, o que representa 3% do total de profissionais em todo o país (377.564), número alto se considerado que os moradores do DF (2,57 milhões) representam apenas 1,3% da população total do Brasil (196,7 milhões).
Do total de médicos no DF, 45% estão em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), centros de saúde e demais unidades da rede pública, de acordo com a Secretaria de Saúde.
Dados da pasta mostram que, desde 2011, foram contratados 1.450 médicos efetivos e 809 temporários. No mesmo período, 722 foram desligados e 521 se aposentaram. Com isso, são 5.244 profissionais no quadro atual, em diversas especialidades médicas.
ESTRUTURA- De acordo com o subsecretário de Atenção à Saúde, Roberto José Bittencourt, faltou investimento substancial na contratação de pessoal nas gestões passadas. "Em oito anos (2002 – 2010) foram admitidos menos de mil médicos. Este governo, em apenas três anos, contratou-se quase 1,5 mil", enfatizou.
Bittencourt, que é cardiologista e atuou no Hospital de Base, sustentou que as condições atuais de trabalho atraem profissionais para a rede pública. "Já tratei paciente infartado em cadeira por falta de maca. Hoje o Base tem uma das melhores unidades neurocardiovasculares do país", destacou.
"As condições de trabalho e salariais estão muito melhores com o aumento dado pelo governador Agnelo Queiroz, então, teremos salários superiores aos de hospitais particulares", acrescentou o subsecretário de Atenção à Saúde.
Bittencourt reconheceu que ainda há carência de profissionais em algumas áreas específicas, como a neonatologia, medicina intensiva (UTI) e a cirurgia pediátrica. "Fazemos um concurso atrás do outro, pois essa é a medida legal que temos", ponderou.