Filho de PMs estava em ‘estado de anormalidade mental’, diz psiquiatra

A polícia convidou um psiquiatra forense para dar uma opinião no caso das mortes da família de policiais militares na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo. O principal suspeito de ter matado o pai, a mãe, a avó e a tia-avó é o garoto Marcelo Pesseghini, de 13 anos.

Guido Palomba foi chamado pela polícia para analisar todos os depoimentos prestados até agora. Depois de conversar com o delegado, o psiquiatra disse não ter dúvida sobre a autoria dos crimes. O especialista tem uma hipótese para o estado mental do garoto Marcelo Pesseghini quando tudo aconteceu.

”Possivelmente ele estava num estado de anormalidade mental. Num estado de estreitamento de consciência. Nesse estreitamento de consciência ele praticou os delitos, pegou o automóvel, dormiu dentro do carro, foi a aula, saiu da aula e chegou em casa. Quando ele chega em casa a mente volta para o normal, digamos assim. Ela sai daquele estreitamento, ele tem consciência daquilo que aconteceu e se suicida", defende Palomba.

Nesta terça-feira (20), foram ouvidos colegas que estiveram com o menino no último dia de vida. A polícia quer saber em detalhes o que ele disse na escola nos dias que antecederam os crimes e como foi o comportamento dele no último dia em que esteve na escola.

Os meninos ouvidos são os que aparecem em imagens gravadas no dia 5 de agosto. Elas mostram Marcelo quase na hora do almoço saindo da escola com os amigos. Ele é o mais baixo da turma e está de capuz. O grupo sai do alcance da câmera. Cerca de 10 minutos depois, Marcelo aparece do outro lado da rua, atravessa, e volta em direção à escola, onde pega carona com o pai de um amigo e vai para casa.

A investigação quer saber o que os garotos fizeram e para onde foram naquele dia. No inquérito que apura as mortes, 34 pessoas já foram ouvidas. A polícia aguarda os laudos que podem ajudar a esclarecer o caso. Os laudos da perícia sobre o caso devem sair ainda esta semana.